O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, nessa segunda-feira (22), se sentir humilhado por manifestantes na comunidade de Alter do Chão, Santarém (PA), onde passava férias com a família. As informações são do Congresso em Foco.
De bermuda e camisa polo, Weintraub estava com a família em uma mesa ao ar livre, à noite, quando foi abordado por manifestantes do movimento Engajamundo tanto na mesa quanto ao microfone.
Segundo a imagem de vídeo reproduzida por Congresso em Foco , um manifestante tentou desmoralizar o ministro por ele ter trocado, em uma audiência no Senado, o nome de um autor de língua alemã, nascido tcheco (Kafka), por um suposto prato da culinária espanhola (kafta).
O ministro, assim como seus colegas Sérgio Moro, da Justiça, e Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, se afastou do cargo para passar férias, destaca o Congresso em Foco.
No vídeo abaixo, uma das versões que circula nas redes sociais, Weintraub aparece reclamando que foi humilhado na frente da família, depois que um cidadão usou o microfone para explicar ao ministro a diferença entre ‘kafta’ e o escritor Kafka.
“Você que está com sua filha pequena, e se eu te chamasse de petista, de safado, de calhorda, você não bateu palma, não achou engraçado?”, dispara o ministro para uma pessoa que não está visível na filmagem.
O manifestante faz referência à fala de Weintraub durante audiência pública no Senado, em maio, quando o ministro confundiu o nome do escritor Franz Kafka e pronunciou Kafta, nome de um prato típico da culinária árabe, que tem a chegada ao Brasil vinculada geralmente à imigração sírio-libanesa.
Como mostra o vídeo, o rapaz que provoca o ministro também se confunde. Kafka é um autor de língua alemã, mas que nasceu em Praga, atual República Tcheca, território que na época em que o escritor viveu pertencia ao Império Austro-Húngaro. E Kafta não pode ser exatamente colocada como um prato da cozinha espanhola.
Discussão
As filmagens postadas por Congresso em Foco mostram que o ministro não foge das críticas e, cercado de pessoas que protestam contra seus posicionamentos políticos, sobe num palanque improvisado e discute com uma pessoa indígena que reclama que não foi recebido por Weintraub quando foi a Brasília.
Os dois chegam a disputar o microfone.
Em outros vídeos é possível ver manifestantes com cartazes ao lado da mesa onde o ministro e a família estavam sentados.
Na página do Ministério da Educação, a agenda confirma que Weintraub está em férias desde o sábado (20) até o próximo dia 27 de julho.
MEC reage
O Ministério da Educação divulgou nota, nesta terça-feira (23), após o bate-boca, conforme publicação da Folha.
De acordo com a nota, o MEC “repudia os lamentáveis atos de violência sofridos pela pessoa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e seus familiares. O ministro, que está de férias, jantava com a esposa e seus três filhos (9, 12 e 13 anos de idade) na cidade de Alter do Chão, no Pará, quando foi hostilizado por manifestantes que o constrangeram em praça pública.”
O ministro foi abordado por ativistas do Engajamundo, uma rede de jovens organizados pelo Brasil.
Veja o vídeo:
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Foto: Marcelo Camargo/ABr