O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB) vai reunir numa videoconferência um grupo de 29 investidores globais.
Eles são donos de quase US$ 4 trilhões (mais de R$ 20 trilhões) e os mesmos responsáveis por cobrar o governo Bolsonaro pelo fim do desmatamento na Amazônia, sob pena de suspender os investimentos na região.
A intenção de Mourão, que é coordenador do Conselho da Amazônia, com o apoio do Banco Central, é “segurar” os recursos.
De acordo com o colunista de O Globo, Lauro Jardim, a reunião é articulada por Roberto Campos Neto, presidente do BC.
Participam ainda que deve ocorrer nesta semana, o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Temor
Em uma carta aberta, publicada no último dia 23 de junho, gerentes de fundos de países europeus, asiáticos e sul-americanos alertaram que a perda da biodiversidade e as emissões de carbono representam um “risco sistêmico” aos seus portfólios.
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Eles também expressaram o temor de que o governo do presidente Jair Bolsonaro esteja usando a crise sanitária da Covid-19 para avançar na desregulamentação ambiental, o que poderia “comprometer a sobrevivência da Amazônia”.
“Estamos preocupados com o impacto financeiro do desmatamento, bem como as violações dos direitos dos povos indígenas, que implicam em potenciais consequências para os riscos de reputação, operacionais e regulatórios de nossos clientes e empresas investidoras”, diz a carta.
Queimadas
Levantamento feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou que a Amazônia registrou o maior número de queimadas em junho desde 2007.
Entre o primeiro dia de junho e o dia 21, o Inpe detectou 1.469 focos de incêndio na Amazônia. O valor é 30,5% maior do que o documentado no mesmo espaço de tempo em 2019 (1.125 focos).
No último ano, a destruição da floresta bateu o recorde da década e superou a marca simbólica de 10.000 km² de mata devastada.
De acordo com análise feita pela ONG WWF-Brasil, o número de focos de incêndio no bioma nas primeiras semanas de junho está cerca de 50% acima da média dos dez anos anteriores (2010 a 2019).
Além do aumento geral até aqui em junho, a maior parte dos Estados que fazem parte da Amazônia legal teve crescimento no número de focos em relação ao ano anterior, inclusive os líderes de queimadas Mato Grosso e Pará.
Os maiores aumentos percentuais, contudo, ocorreram no Amazonas (52%), Acre (50%) e Amapá (75%, de 4 para 7 focos).
*Com informações da Folha de S. Paulo , Valor Econômico e Lauro Jardim, de O Globo.