Os analistas políticos e pesquisadores Afrânio Soares, da Action Pesquisa de Mercado, e Durango Duarte, da #Pesquisa365, declararam ao BNC que o senador Omar Aziz (PSD), além de ser um forte pré-candidato ao Governo do Estado, precisa se candidatar neste pleito para manter seu nome em evidência e esclarecer manchas na sua imagem.
Após sair do Governo do Estado e emplacar no Executivo dois nomes escolhidos e apoiados por ele, Omar viu seu primeiro aliado José Melo (Pros) ser cassado e preso por suspeitas de corrupção. Viu também o segundo indicado rachar com ele e se aproximar do senador Eduardo Braga (MDB), de quem Omar começou a se afastar desde 2012 e rachou em 2014.
“O Omar vem (para a disputa pelo Governo do Estado), porque ele precisa recolocar seu nome em evidência. Lógico que ele vem querendo e com chance de ganhar. Mas isso não é o mais importante. Ele ainda tem quatro anos de mandato. E, se perder, não terá sido derrota se for um cara competitivo e conseguir esclarecer algumas questões”, avaliou Afrânio Soares.
O analista Afrânio Soares afirma que não colocar o nome na disputa este ano significará um apagão político para Omar. O nome do senador foi citado no âmbito das operações Lava Jato e Maus Caminhos. A interlocutores, Omar apresenta processos já arquivados por falta de provas contra ele. Mas, na mídia, o nome dele ainda é posto sob suspeita.
“Omar precisa se colocar em evidência. Corrigir a questão das denúncias que não prosperaram, mostrar porque foram infundadas. Ele usaria o espaço da campanha para se defender. Ele próprio fazendo isso”, disse Afrânio.
Sem favoritismo
Durango Duarte lista como vantagens de Omar nesta disputa a capacidade de articulação política e a vitalidade. O senador tem 59 anos e, apesar de estar fora do Executivo há quatro anos, mantém alta influência política no Estado e base forte no interior.
“Omar tem capacidade de articulação e vitalidade. Não tem nada a perder porque ainda tem pela frente quatro anos de mandato de senador. Mas não se pode falar em favoritismo. Não creio que isso possa ser afirmado para ninguém neste momento. Todos têm problemas e virtudes”, disse.
Sobre a possibilidade de a imagem dele sair arranhada após a campanha por ataques de adversários, Durango afirmou que não vê prejuízos.
“Ele já pagou essa conta, na minha opinião, desse jogo de baixaria. Essa é uma oportunidade de ele higienizar a imagem. Ele não tem todos os pecados do mundo. A principal vantagem que Omar tem é uma questão rara na política: ele mantém a palavra. Ele cumpre o que acerta. Isso é tão simplório, mas como é raro dá a ele credibilidade entre prefeitos e ex-prefeitos do interior”, disse.
Limpar imagem
Afrânio Soares disse que uma estratégia que Omar pode usar para limpar a imagem em relação às operações da Polícia Federal é puxar o debate e não esperar ser atacado de forma indireta.
O pesquisador diz que o próprio senador deve esclarecer cada ponto controverso e não esperar ser bombardeado por fontes não oficiais, calando durante a campanha, como fez o senador Eduardo Braga nas Eleições Suplementares ao Governo do Amazonas em 2017, em relação às citações ao seu nome na Lava-Jato.
“Tem que puxar para si. Contrapor falando nos debates”, disse Afrânio.
O dono da Action diz que Omar, para resgatar seu legado, precisa destacar suas ações e trazê-las de volta à memória da população. “Ele foi um governador bem avaliado. Tem um legado. Baixos índices de criminalidade, o Ronda no Bairro que é muito reconhecido e tem um legado na base política”, disse.
Omar x Amazonino
Além disso, Afrânio Soares afirmou que Omar teria chance de se posicionar em relação à postura que Amazonino Mendes adotou após as Eleições Suplementares. “Não sei se é isso que ele quer, mas ele tem contas a acertar com Amazonino”, disse.
Afrânio considera baixa a possibilidade de Omar e Amazonino se acertarem e fecharem palanque em 2018. “Olha, eles teriam que se entender… Não diria algo impossível, mas é complicado”, disse. (Por Rosiene Carvalho, da Redação)
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Foto: BNC