Operação da PF para prender ex-ministro e pastores teve intromissão
Segundo delegado da PF, o deslocamento de Milton para a carceragem da corporação em SP é demonstração de interferência na condução da investigação

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/06/2022 às 16:30 | Atualizado em: 23/06/2022 às 16:30
A operação da Polícia Federal (PF) que prendeu ontem (22) o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores acusados de integrarem esquema de corrupção no MEC teve possível intromissão.
A suposta interferência sobre a execução da Operação Acesso Pago agora está sob investigação da PF, como informa o Metrópoles.
Nesse sentido, na tarde de hoje (23) a corporação divulgou nota com a seguinte informação:
“Considerando boatos de possível interferência na execução da Operação Acesso Pago e objetivando garantir a autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013, informamos que foi determinada a instauração de procedimento apuratório para verificar a eventual ocorrência de interferência, buscando o total esclarecimento dos fatos”.
A PF, contudo, não explicou a que suposta interferência se refere.
Já o jornal Folha de S. Paulo revelou que o delegado que conduz as investigações, Bruno Calandrini, informou a colegas em que a investigação foi “prejudicada”.
Segundo ele, em razão de tratamento diferenciado dado pela polícia ao ex-ministro de Jair Bolsonaro.
Assim, Calandrini afirmou não ter “autonomia investigativa para conduzir o inquérito deste caso com independência e segurança institucional”.
Por exemplo, a mensagem que o delegado enviou diz o seguinte em um trecho:
“O deslocamento de Milton para a carceragem da PF em SP é demonstração de interferência na condução da investigação, por isso, afirmo não ter autonomia investigativa e administrativa para conduzir o inquérito policial deste caso com independência e segurança institucional”.
No mais, a prisão preventiva de Milton Ribeiro acabou derrubada pelo desembargador Ney Bello Filho, do TRF-1, nesta quinta.
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Foto: Valter Capanato/Agência Brasil