OperaĂ§Ă£o da PF expõe CMA como ninho de serpente golpista

Entre os alvos da operaĂ§Ă£o, trĂªs sĂ£o generais que estiveram na mais alta cĂºpula do ExĂ©rcito na regiĂ£o

CMA cede prĂ©dio para bolsonaristas radicais, diz relatĂ³rio

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 08/02/2024 Ă s 10:54 | Atualizado em: 09/02/2024 Ă s 06:09

O Comando Militar da AmazĂ´nia (CMA), unidade maior do ExĂ©rcito na regiĂ£o Norte, aos poucos vem ganhando identidade de ninho de serpente golpista dos seguidores de Jair Bolsonaro.

NĂ£o por acaso, Ă© isso que a operaĂ§Ă£o Tempus Veritatis, da PolĂ­cia Federal (PF), revela nesta quinta-feira, 8.

Basta ver que dos 13 alvos da operaĂ§Ă£o, trĂªs sĂ£o generais que estiveram na mais alta cĂºpula do ExĂ©rcito na regiĂ£o.

Por exemplo, dois chefiaram o CMA.

Este Ă© o caso de Augusto Heleno, chefe do CMA entre 2027 e 2009, e de Estevam TheĂ³philo Oliveira, entre 2020 e 2021.

O outro, general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, também serviu no Amazonas.

Paulo SĂ©rgio foi chefe do Estado-Maior do Comando Militar da AmazĂ´nia e comandante da 12ª RegiĂ£o Militar, em Manaus.

Dessa regiĂ£o, saiu tambĂ©m o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da SaĂºde de Bolsonaro na tragĂ©dia da falta de oxigĂªnio que matou centenas de seus conterrĂ¢neos no Amazonas.

JĂ¡ que, no linguajar da caserna, a tropa Ă© o espelho do chefe, pode-se considerĂ¡-los, esses generais, como referĂªncia do culto ao golpismo bolsonarista que se estabeleceu em Manaus nos Ăºltimos anos.

Por esses comandos, anualmente, passam milhares de jovens em pleno processo de formaĂ§Ă£o de consciĂªncia.

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A acolhida que o CMA fez ao movimento golpista de Manaus, apĂ³s os resultados das eleições de 2022, jĂ¡ mostrava o carĂ¡ter subversivo e submisso da força na regiĂ£o.

Mas, a revelaĂ§Ă£o dos nomes dos estrelados do ExĂ©rcito implicados com o 8 de Janeiro de 2023 mostra o quĂ£o enraizado estĂ¡ essa cultura inconformista nos quartĂ©is na AmazĂ´nia.

Esses militares nĂ£o aceitam o jogo da democracia.

A presença do ExĂ©rcito, que nĂ£o cumpre plenamente suas obrigações constitucionais no Estado, precisa ser repensada. Talvez precise ser reformada.

Do jeito que estĂ¡, nĂ£o dĂ¡ para ficar.

Foto: BNC Amazonas