Oposição a Bolsonaro tornou-se caminho natural de Omar Aziz
Bolsonaro é crítico da CPI da Covid, cortou emendas do senador e já colocou o um adversário na cola dele

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/06/2021 às 07:05 | Atualizado em: 22/06/2021 às 11:28
É cada vez mais a oposição do senador Omar Aziz (PSD) ao governo do presidente Bolsonaro.
O viés político passou a ser visto nele desde o começo da CPI da covid, há cerca de dois meses.
Mas, de fato, o antagonismo de Omar Aziz ao governo ficou ainda mais impresso nos últimos três últimos dias, em duas notas assinadas pelo parlamentar como integrante da CPI.
Na primeira, sábado, sobre os 500 mil mortos da pandemia, ele fala de erros, omissões, desprezos, deboches e genocídios.
Ontem, em solidariedade à jornalista Laurene Santos, agredida por Bolsonaro em Guaratinguetá (SP), ele assina nota que classifica o comportamento do presidente como típico de “fascistas e de pessoas avessas à democracia brasileira”.
Nas duas notas, sobre a pandemia, Omar subscreve que os responsáveis serão exemplarmente punidos.
Alvo de ataques
Bolsonaro deixou Omar Aziz em outra opção, porque ele tem sido o principal crítico da CPI e transformou o parlamentar do Amazonas em alvo preferencial das milícias digitais que defendem o governo.
A principal ofensiva do governo contra o senador foi o corte das emendas do parlamentar, num pacote de R$ 160 milhões que ele destinaria às suas bases no interior do Amazonas.
Além disso, Bolsonaro já escalou seu compadre Alfredo Menezes, ex-superintendente da Suframa, como adversário antecipado na briga pela única vaga de senador que será disputada em 2022.
Com carta branca do compadre, como pode, Menezes tem tentado antecipar o debate que interessa principalmente a Omar.
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Leia as notas
Nota Pública da Maioria dos Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito da PANDEMIA.
As Senadoras e Senadores desta Comissão manifestam solidariedade à jornalista Laurene Santos, que hoje, enquanto trabalhava, foi submetida a uma reação, no mínimo, desproporcional do presidente da República a uma pergunta legitimamente feita pela repórter. A agressão do senhor presidente da República não foi apenas à jornalista Laurene, mas a todos os brasileiros que anseiam por uma resposta à tragédia que atingiu mais de 500 mil famílias desde o início da Pandemia, no ano passado.
Tentar calar e agredir a imprensa é típico de fascistas e de pessoas avessas a democracia brasileira.
Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam e nem prescreveram.
Nota Pública da Maioria dos Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito da PANDEMIA.
Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao país.
Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência.
Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens.
Omar Aziz
Presidente CPI
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado