Por Iram Alfaia, de Brasília
Líderes dos partidos de oposição e o vice-líder PL (antigo PR), Marcelo Ramos, exigiram nesta quarta-feira, dia 30, a manutenção das investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no âmbito da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Numa coletiva à imprensa, eles disseram que o ministro da Justiça, Sergio Moro, está “bancando” o advogado do presidente Bolsonaro, que foi citado nas investigações do caso Marielle.
Moro pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura de inquérito para investigar um porteiro, testemunha do caso.
Segundo o Jornal Nacional desta terça-feira, dia 29, o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro mora no Rio de Janeiro, contou à polícia que horas antes do crime, em 14 de março, Elcio Queiroz, um dos acusados, afirmou que iria para a casa 58 do então deputado Jair Bolsonaro.
Essa versão já foi desmentida pelo Ministério Público, Polícia Civil e agora pelo próprio suspeito de matar a vereadora.
Coletiva
Anunciado por Marcelo Freixo (PSOL-RJ) na coletiva, Marcelo Ramos defendeu que é preciso garantir a independência necessária do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil para esclarecer os fatos.
“Até para esclarecer que não há envolvimento algum da família do presidente, agora obviamente que isso não pode ser coberto por uma nebulosidade com a tentativa de federalização do crime”, disse.
Segundo ele, os tiros que atingiram Marielle não atingiram só os companheiros dela, mas a democracia brasileira.
“Quero dizer que estou aqui por um democrata que sou. Estaria da mesma forma se fosse um assassinato de um parlamentar PSL ou de qualquer outro partido, porque os tiros que atingiram Marielle não só atingiram seus companheiros, mas atingiram a democracia brasileira”, disse o deputado amazonense.
Segundo ele, num momento tão sensível como atual não se pode tergiversar ou relativizar a importância e a centralidade da luta em defesa da democracia.
“Então quero prestar a minha solidariedade a todos os companheiros do PSOL e acima de tudo a minha solidariedade à democracia que é o que está no centro da investigação desse crime. Nós não podemos matar por discordância política, nem na direita, nem na esquerda e nem no centro. Esse é um país civilizado e precisa ser consolidar como tal”, finalizou.
Ouça o áudio da participação de Marcelo Ramos na entrevista:
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Foto: Reprodução/Vídeo/Facebook/Liderança da Minoria na Câmara