Orçamento da Ufam cai quase pela metade no governo Bolsonaro
O orçamento da universidade do Amazonas chegou a R$ 730 milhões em 2019, e comparando com o orçamento de 2021 a redução é ainda maior, 43%

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 13/05/2021 às 09:50 | Atualizado em: 13/05/2021 às 09:55
Com base no orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de abril passado, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) teve uma redução drástica nos recursos para suas despesas.
Este ano, o orçamento previsto para a instituição é de R$ 419 milhões ou 37% menor do que o aprovado no ano passado, R$ 660 milhões.
Em comparação com 2019, quando o orçamento da universidade chegou a R$ 730 milhões, a redução é ainda maior, 43%.
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Para o reitor da Ufam, Sylvio Puga (foto), a situação é crítica. Tanto que a área de planejamento está concluindo um estudo para indicar como a instituição enfrentará o problema diante dos parcos recursos.
“Todo ano enfrentamos este problema orçamentário para continuar nossas atividades. Estamos fazendo o estudo que será divulgado na sexta ou no máximo na segunda”, disse o reitor ao BNC sem dar mais detalhes.
Paralisação
Num alerta feito à sociedade, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) acusou um corte de quase R$ 1 bilhão no orçamento discricionário das universidades federais.
Assim, o valor destinado às 69 universidades federais neste ano é 18,16% menor do que o orçamento de 2020.
De acordo com a entidade, a falta de recursos poderá levar à redução ou paralisação das atividades.
Os cortes nessas despesas não interferem nos salários e aposentadorias das universidades, mas afetam despesas em obras, pagamento de água e luz.
Além disso, a falta de verbas pode levar ao fechamento dos restaurantes universitários e moradias para estudantes de baixa renda.
“Reduzir ou paralisar nossas atividades não é uma opção. Seria o mesmo que impor uma punição aos brasileiros, já tão agastados com a pandemia. Rever valores, conceitos e prioridades é o caminho para o qual conclamamos as autoridades”, diz a nota.
Foto: Ufam/divulgação