Pai do governador do AC, Eládio nega que movimentou R$ 420 milhões

De acordo com a PF, o governador comandou esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Por causa disso, sua casa, escritório e gabinete foram vasculhados

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Da Redação do BNC Amazonas 

Publicado em: 06/01/2022 às 21:04 | Atualizado em: 07/01/2022 às 14:20

O empresário Eládio Cameli pai do governador do Acre, pelo partido Progressistas, Gladson Cameli (foto), contestou hoje (6) notícias de que teria movimentado R$ 420 milhões em conta corrente durante os mandatos do filho. 

Em nota, reproduzida abaixo, o empreiteiro afirma que suas empresas não tiveram participação em licitação e nem qualquer contrato direto com o Governo do Acre. 

Conforme Eládio Cameli, alvo da operação Ptolomeu, da Polícia Federal, em 16 de dezembro de 2021, todo seu milionário patrimônio é lícito e tem como ser comprovado quanto à origem. 

Confira a nota de esclarecimento: 

O empresário Eládio Cameli, em razão do noticiário, vem a público esclarecer que: 

  • Ele e as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou de contratações diretas com o governo do Acre na atual gestão; 

Inexiste a movimentação de R$ 420 milhões em sua conta corrente; 

Ele e as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou 

• Todo seu patrimônio é fruto de décadas de trabalho, tendo como comprovar a origem lícita da integralidade do patrimônio; 

Ele confia na Justiça brasileira e espera que, ao final da investigação, seja verificada sua total isenção com relação a qualquer fato tratado na investigação. 

Manaus, 06 de Janeiro de 2022.

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Filho é o alvo 

Embora Eládio tenha sido objeto de mandado de busca e apreensão em Manaus, onde mora, a principal mira da operação é mesmo seu filho Gladson, no Acre. 

De acordo com a polícia, o governador comandou esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Por causa disso, sua casa, escritório e gabinete foram vasculhados na operação em Rio Branco. 

Como resultado desse esquema no alto escalão do governo, diversos crimes foram cometidos, segundo a polícia. Por exemplo, superfaturamento, propina, empresas fantasmas e movimentações bancárias suspeitas de altos valores. 

A base das informações bancárias suspeitas foi levantada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). De 35 operações com altos valores, o governador estaria envolvido em pelo menos 20 delas.

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Tais transações chegaram a mais de R$ 828 milhões entre 2 de maio de 2015 e 30 de abril de 2020. O período é referente a mandatos do atual governador (2015-2018 e 2019-2022).

Gladson Cameli contesta 

A defesa de Gladson Cameli, no entanto, diz que tais informações são desconexas e sem fundamento. “São apenas ilações desconexas”, diz trecho de nota dos advogados. 

Em suma, o governador é apontado pela Polícia Federal como o principal beneficiário desse esquema. A ponto de seu patrimônio ter dobrado logo no primeiro mandato. Ele tinha R$ 2,9 milhões declarados na eleição de 2014, e na de quatro anos depois já possuía mais de R$ 5,8 milhões, conforme a polícia.

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Foto: Asscom/AC