Partidos comemoram R$ 2,5 bilhões que terão na campanha eleitoral

Publicado em: 15/02/2018 às 07:00 | Atualizado em: 15/02/2018 às 02:17
Os partidos políticos estão rindo com as paredes com a liberação do Fundo Partidário para as eleições deste ano. Somando todos os fundos o total será de R$ 2,588 bilhões.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE/foto) fez muito mais do que essa bondade de liberar R$ 888 milhões.
Decidiu também que os partidos podem gastar na campanha de 2018 a sobra de campanhas anteriores.
Além desse montante, os partidos vão se refestelar mais ainda em outra cifra bilionária: R$ 1,7 bilhão do novo fundo aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, conhecido, oficialmente, como Fundo Público Eleitoral.
De acordo com o Estadão, para este ano, o valor aprovado pelo Congresso é de R$ 888,7 milhões, dos quais R$ 780,3 milhões são oriundos de dotação da União.
O uso do Fundo Partidário nas eleições causa divergências entre os partidos.
As legendas mais estruturadas queriam barrar o uso dos recursos sob o argumento de que seria desleal a competição com siglas menores, que conseguem guardar verba ao longo do ano para despejar na eleição de seus candidatos, enquanto as siglas maiores precisam investir os valores para manter o dia a dia partidário.
Críticos
O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG/foto), criticou a decisão do TSE. “Os partidos médios e pequenos saem em vantagem. Perdem MDB, PSDB e PT, que têm uma vida partidária real”, afirmou o parlamentar.
A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), também questionou a decisão. Ela afirma que a regra cria dificuldades para novos partidos.
“Não acho justo, pois o fundo eleitoral foi criado justamente para fins eleitorais e com uma distribuição compatível com a representatividade atual de cada partido. O Fundo Partidário se baseia numa eleição anterior, com o objetivo de financiar as atividades partidárias. Neste novo cenário representativo que se desenhou na Casa, a permissão do uso do Fundo Partidário vai gerar um desequilíbrio enorme no jogo”, disse.
“Poupança”
A autorização do TSE agradou aos partidos que guardaram recursos do Fundo Partidário de exercícios anteriores para usá-los em ano eleitoral.
“Eles estão fazendo coerência com o que foi decidido na eleição municipal de 2016. Em 2016, foi permitido usar o Fundo Partidário”, afirmou o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
Ele disse ter feito uma “poupança” do fundo para este ano, cujo valor não quis revelar.
“Se o partido tem recursos em caixa, não vejo por que não deva usar na eleição”, afirmou o líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), que comanda a maior bancada na Casa, com 59 parlamentares.
A autorização consta de resolução aprovada pela corte eleitoral em 18 de dezembro e publicada no início deste mês.
A medida aumenta ainda mais o poder dos dirigentes partidários, a quem caberá definir como será a distribuição desses recursos nas campanhas.
Fonte: Política ao Minuto/Estadão
Fotos: Fotos Públicas