Pazuello sabia da falta de oxigênio no AM quando lançou o TrateCov
Ministério da Saúde lançou na cidade no dia 11 daquele mês o TrateCov, aplicativo que recomenda o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus

Diamantino Junior, da Redação do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 15/06/2021 às 15:59 | Atualizado em: 16/06/2021 às 09:11
Após os avisos no dia 7, 9 e 10 de janeiro sobre a iminência da falta de oxigênio na rede hospitalar de Manaus, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, lançou na cidade no dia 11 daquele mês o TrateCov, aplicativo que recomenda o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus.
Um detalhe: o evento teve a participação do então ministro Eduardo Pazuello e a secretária da Gestão do Trabalho da pasta, Mayara Pinheiro, entusiasta do chamado tratamento precoce.
A revelação foi feita nesta terça-feira (15), na CPI da covid, pelo ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelos, após responder questionamento do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Antes do lançamento desse evento, que foi, se eu não me engano, 10h da manhã, houve a reunião, 8h da manhã, com o ministro Pazuello e a White Martins para verificar essa questão do apoio logístico. A partir daí, os assessores do ministro começaram a tratar desse apoio específico. O evento foi logo em seguida”, explicou Campelo.
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“O senhor solicitando oxigênio, e a primeira resposta que eles dão é o lançamento do TrateCov. Dia 11 ou dia 12 tem o lançamento do TrateCov lá, e não as providências em relação ao fornecimento de oxigênio, é isso?”, questionou o vice-presidente da comissão. “É isso”, respondeu o ex-secretário.
“Manaus colapsou por falta de oxigênio. Em resposta à nossa pergunta, o ex-secretário de Saúde do Amazonas confessa que: Na data do lançamento do TrateCOV (11), a demanda de oxigênio sequer foi tratada. Eles nem sabiam do que se tratava o TrateCOV”, disse Randolfe.
Foto: Agência Senado