Peritos do Amazonas fazem manifestação e ameaçam greve ainda hoje

Publicado em: 06/01/2017 às 10:43 | Atualizado em: 06/01/2017 às 12:19
Os peritos do sistema de segurança pública do Amazonas ameaçam fazer greve geral caso não tenham suas reivindicações salariais e condições de trabalho melhoradas até o fim da tarde desta sexta, dia 6. O indicativo de greve ocorreu na manhã de hoje, em manifestação em frente ao Instituto Médico-Legal (IML).
A situação ocorre em meio à crise da segurança pública após o massacre de 60 presos em presídios de Manaus, no dia 1° de janeiro. Cabe ao perito o trabalho de identificação dos corpos e a categoria afirma que não há condições para executar o serviço.
De acordo com presidente em exercício do Sindicato dos Peritos do Amazonas, André Segundo, a morte dos presos agravou o problema. “Os peritos não serão mais enganados. Nossos colegas da Policia Civil já começaram a parar. Essa caos (em relação à identificação dos corpos) vai demorar uns 20 a 30 dias. Para se ter uma ideia, estamos fazendo identificação dos corpos por ficha manual. Há dois anos pedimos melhorias”, disse.
Hilton Soares, um dos diretores do sindicato, disse que já foi formulado um projeto de lei para a reestruturação salarial, mas até hoje não chegou à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM). “Estamos usando luvas de cabeleireiro. Há dois anos tem um projeto de lei para o reajuste dos salários e nunca foi para a Assembleia. Nesse caso do massacre, temos que montar um quebra-cabeça para achar corpos e cabeças. Colegas nossos estão trabalhando sem parar e sequer ganham insalubridade”, afirma.
Após a manifestação a categoria entrou em “estado de mobilização” e vai esperar até o fim da tarde uma resposta do governo. “Vamos passar o dia aqui aguardando uma resposta do governo. Além disso, a partir da semana que vem os peritos vão montar a força-tarefa para periciar os contratos do governo para mostrar onde está o dinheiro que deveria ser usado para a perícia. Semana que vem temos uma reunião no Ministério Público Federal” , disse Cléverson Redivo, perito legista e diretor sindical do IML.
Foto: BNC