Policiais militares ameaçam greve durante eleiĂ§Ă£o

Publicado em: 15/06/2018 Ă s 18:39 | Atualizado em: 15/06/2018 Ă s 18:39
Por Rosiene Carvalho, da RedaĂ§Ă£o
O presidente da AssociaĂ§Ă£o dos Praças e Soldados da PolĂcia Militar do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa, declarou, ao BNC Entrevista que a categoria pode entrar em greve em pleno perĂodo de eleições gerais no Brasil  caso permaneça o impasse sobre a recomposiĂ§Ă£o salarial que recebeu veto do governo nesta semana.
Esta semana o governo enviou Ă Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) o veto total Ă sua prĂ³pria mensagem, que poderia aumentar o salĂ¡rio dos policiais, em mĂ©dia, em torno de R$ 1 mil.
A expectativa Ă© que o veto ainda tramite por cerca de um mĂªs antes de ir Ă votaĂ§Ă£o e, para derrubĂ¡-lo, a oposiĂ§Ă£o precisa reunir 13 votos, o que jĂ¡Â ocorreu em outras votações.
Mas a informaĂ§Ă£o desagradou e acendeu o sinal de alerta da categoria, que marcou assembleia para amanhĂ£ Ă s 9h na sede da Apeam, na Zona Norte, e jĂ¡ cogita nova paralisaĂ§Ă£o.
“Na verdade Ă© que num impasse entre o governo e oposiĂ§Ă£o, sobrou para a PolĂcia Militar. A gente nĂ£o vai permitir que isso aconteça. O policial tem direito Ă data base dele. Isso tem que ter uma definiĂ§Ă£o. Se essa soluĂ§Ă£o nĂ£o vier, protestaremos no meio da eleiĂ§Ă£o, ignoraremos o processo eleitoral e se for preciso ir para outra mobilizaĂ§Ă£o, lĂ³gico sem prejudicar a populaĂ§Ă£o, nĂ³s iremos para outra mobilizaĂ§Ă£o”, declarou.
O lĂder dos militares disse que sem polĂcia militar nĂ£o tem eleiĂ§Ă£o. “Quero ver ter eleiĂ§Ă£o lĂ¡ em JapurĂ¡, Parintins, EirunepĂ©, naquela comunidade distante que sĂ³ tem uma urna e um PM. Quero ver ter eleiĂ§Ă£o sem a polĂcia militar”, afirmou.
Gerson disse que as mobilizações podem ocorrer nas principais datas do calendĂ¡rio eleitoral como lançamento de candidaturas e convenções. “No momento da transposiĂ§Ă£o da frota para o interior do Estado, nĂ³s iremos iremos tentar prejudicar para que este processo nĂ£o ocorra da forma mais natural possĂvel. Para mostrar que a gente nĂ£o vai ficar neste cabo de guerra entre governo e oposiĂ§Ă£o”, afirmou.
Data base
Em 14 de março deste ano, a categoria paralisou as atividades. O protesto nĂ£o durou 24 horas porque o governo cedeu e ofereceu aos policiais cerca de 24% de recomposiĂ§Ă£o salarial em funĂ§Ă£o de perdas inflacionai. A paralisaĂ§Ă£o começou por volta de 18h e Ă s 10h do dia 15 o governador chamou as lideranças do movimento para conversar.
A proposta do governo enviada Ă ALE-A foi que o pagamento, para a data-base de 2017, fosse no percentual de 4,0825%, a contar de 1º de abril de 2018. Para a data-base de 2015 e 2018, o percentual seria de 10,85% a contar de 1º de abril de 2019. Mas, na ALE-AM, os deputados Platiny Soares (PSB), Alessandra Campelo (MDB) e Cabo Maciel (PR) apresentaram uma emenda adiantado para este ano o maior percentual.
Briga eleitoral
Gerson Feitosa afirma que a luta pela recomposiĂ§Ă£o salarial dos policiais foi contaminada pela disputa eleitoral de 2018. Ele acusa os deputados e prĂ©-candidatos Ă reeleiĂ§Ă£o Platiny Soares e Cabo Maciel de tentar apresentar emendas para “agradar” a categoria e terem, ao final, criado um problema porque agora os policiais correm o risco de ficar sem nada.
O presidente da Apeam afirma que outra questĂ£o eleitoral que contamina a discussĂ£o da recomposiĂ§Ă£o salarial dos policiais Ă© a ligaĂ§Ă£o dos deputados a prĂ©-candidatos ao governo que querem confrontar o governador Amazonino Mendes.
“Nos demos conta que a briga estĂ¡ na disputa do governo do Estado. Os candidatos que os deputados apoiam ao governo do Estado sĂ£o candidatos de oposiĂ§Ă£o ao governador Amazonino Mendes. EntĂ£o, interessa a esses deputados causar uma indisposiĂ§Ă£o do governador para com a categoria, independente se a categoria vai sair perdendo, para tentar prejudicar o candidato (Amazonino) que Ă© adversĂ¡rio deles”, declarou
Gerson Feitosa Ă© filiado ao MDB do senador Eduardo Braga, que tem sinalizado proximidade do governador e prĂ©-candidato Ă reeleiĂ§Ă£o Amazonino Mendes.
O presidente da Apeam esclareceu, durante a entrevista ao BNC, que nĂ£o Ă© prĂ©-candidato ainda e que pode ser que nem se confirme com candidato em 2018. Ao introduzir esta questĂ£o, afirmou que governo e ALE-AM nĂ£o compreendam seu posicionamento como ameaça mas disse estar disposto a ir para o confronto contra os dois poderes se for preciso para garantir a recomposiĂ§Ă£o da categoria que representa.
“Vamos buscar por todos os meios. Seja quem for o candidato deles.
Assista a entrevista na Ăntegra: