Prefeito decreta fim das cordialidades com o governador

Publicado em: 28/05/2019 às 04:03 | Atualizado em: 28/05/2019 às 04:03

Por Neuton Corrêa, da Redação

 

Horas depois de criticar a segurança pública do estado, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), partiu para o confronto aberto com o governador Wilson Lima (PSC), atacando não apenas um setor, mas todo o estado.

“Estado de anomia sim: finanças em descontrole, ausência de planos e metas, caos na saúde, greve de mais de 30 dias na educação, presídios dirigidos por bandidos, ruas que ameaçam vidas e sonhos.

“O Amazonas começa a viver em estado de anomia. Nova crise no Compaj, guerra aberta entre bandidos de duas facções criminosas rivais. 57 mortos”, disse o tucano.

Ele fez isso em artigo que postou nas suas redes sociais no fim da noite de ontem.

“Estado de anomia mesmo. Não há ordem; há anarquia. Não temos quilha: governador e vice-governador estão fora dos seus respectivos postos”, acrescentou.

Leia abaixo o que o prefeito escreveu:

Governo federal se mobilizando para socorrer nosso estado, a partir de decisão do ministro Sergio Moro de reforçar o policiamento nos presídios instalados em Manaus.

Estado de anomia mesmo. Não há ordem; há anarquia. Não temos quilha: governador e vice-governador estão fora dos seus respectivos postos.

O justo seria a intervenção federal sobre os presídios todos, a começar pelo Compaj. É nos presídios que as facções reinam absolutas.

A situação é tão esdrúxula, que os chefões se sentem mais seguros presos do que nas ruas. É um novo e deformado tipo de ser humano, que prefere a prisão à liberdade. Que fazem dos presídios uma espécie de “escritório”.

Parecem “executivos” dando ordens aos comandados do submundo que subjuga o povo de Manaus, sob os olhares inexperientes e atônitos dos que deveriam comandar e organizar o Amazonas.

A renovação do contrato com a empresa Umanizzare, que deveria ter sido expulsa do serviço público, ao invés de receber R$ 200 milhões anualmente, foi uma rendição tácita diante do crime.

O presidente da ALE-AM, deputado Josué Neto, governador em exercício, está procurando cumprir o seu dever. Não devemos deixa-lo só. As pessoas de bem devem unir-se para impedir que o tráfico vire um estado dentro do estado. É preciso fibra. Tem de ter resistência. É essencial que a normalidade retorne aos lares amazonenses.

Estado de anomia sim: finanças em descontrole, ausência de planos e metas, caos na saúde, greve de mais de 30 dias na educação, presídios dirigidos por bandidos, ruas que ameaçam vidas e sonhos.

As polícias Civil e Militar possuem bons quadros, profissionais de valor, órfãos de um comando efetivo. A ausência não comanda ninguém.

Ela apenas ressalta que o nosso povo merece destino melhor que o perverso deboche atual.

Boa noite a todos

 

Foto: BNC AMAZONAS