Por Israel Conte , da Redação
O presidenciável do Partido Novo, João Amoedo, comparou o modelo econômico da Zona Franca de Manaus (ZFM) ao programa Bolsa Família do Governo Federal, destinado a pessoas de baixa renda.
“É um pouco do mesmo espírito que a gente tem quando tá fazendo o Bolsa Família”, respondeu a um estudante que participou de sua palestra na Escola Superior de Tecnologia da UEA, na noite desta quarta-feira-feira, dia 7.
O presidenciável também falou sobre como se comportará o partido no Amazonas nas eleições deste ano e outras ideias tais como o vale-educação e o vale-saúde.
ZFM
Quando se trata de economia, Amoedo defende o liberalismo puro e a privatização de todas as estatais.
Especificamente sobre a Zona Franca, o ex-executivo do banco BBVA diz que “não é o modelo ideal” por ficar “dando subsídios” mas entende que é “necessário para o crescimento da região” e o comparou ao Bolsa Família.
“É um pouco do mesmo espírito que a gente tem quando tá fazendo o Bolsa Família. O Bolsa Família você tá tirando as pessoas da pobreza, mas você quer integrar essas pessoas como cidadão (sic). Então o que eu acho que a gente tem que trabalhar aqui é criar uma economia sustentável. Deixar as pessoas terem liberdade de empreender, fazer o seu negócio e ao longo do tempo, isso acontecendo, cada vez menos relevante vai ser o benéficos dos subsídios”, comentou.
Amoedo afirma que o Estado precisa de uma transição para um desenvolvimento econômico paralelo e enxerga no turismo e no extrativismo a estratégia fundamental.
“É necessário uma transição, criar um ambiente propício ao empreendedorismo. [A ZFM] é um modelo que tá aprovado (até 2073) e a gente tem que conviver”, disse.
Sem majoritário
Nascido em 2015 e com o núcleo amazonense criado em janeiro de 2018, o Novo não terá candidato majoritário no estado nas eleições deste ano.
“Se vier, vem (para concorrer) a deputado estadual ou federal”, comentou.
No restante do Brasil, haverá 350 postulantes às vagas na Câmara Federal e quatro candidatos a governo: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.
Saúde e Educação
Destacando ser o único dos 35 partidos brasileiros que não usa dinheiro público – se mantém com mensalidade de R$ 29 paga pelos atuais 18 mil filiados – o Novo faz processo seletivo para a escolha dos seus candidatos e trabalha com eventos comunitários (mutirão para doações de sangue e limpeza de praças públicas) para divulgar suas ideias, entre as quais o financiamento do ensino médio e fundamental, a exemplo do Pró-Uni.
“A gente imagina no Novo fazer com que esse financiamento que hoje está muito centrado no ensino superior também [vá para o ] ensino básico e fundamental. Seria um vale-educação, uma forma da gente dar pra pessoas que não têm condição, acesso a um ensino melhor”, pontuou.
Na saúde, o raciocínio do Novo é o mesmo.
Com a privatização, o dinheiro público antes pago ao prestador de serviço, seria transferido para a mão do consumidor numa espécie de vale-saúde para escolher o médico e o serviço que julgasse adequado.
Jantar
Após palestrar na UEA, Amoedo participou de um jantar com representantes do empresariado local.
Entre os presentes estavam Wilson Périco, presidente da CIEAM; Romero Reis, presidente da Ademi-Am e Jaime Benchimol, presidente do Grupo Bemol-Fogás.
Sem representação, sem fundo partidário
O Novo não recebe fundo partidário porque não possui representação na Câmara dos Deputados. Pela regra atual, a legenda precisaria ter deputados federais para ter receber o fundo.
Amoedo concedeu entrevista exclusiva ao repórter Israel Conte, do BNC Amazonas:
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Foto: BNC