O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da covid, abriu a sessão desta terça-feira (10) com um discurso em que criticou o desfile militar organizado pela Marinha para entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro.
Aziz disse que foi uma “cena patética”, que evidenciou “fraqueza” de Bolsonaro. Aziz disse ainda que “não haverá golpe contra a democracia”. Outros senadores também criticaram o ato militar.
“Bolsonaro imagina com isso estar mostrando força, mas na verdade está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção”, afirmou Aziz.
Mais reações
Outros senadores da CPI da covid também reagiram ao desfile militar.
Humberto Costa (PT-PE): O presidente, ao invés de trabalhar, passa 24 horas por dia gerando conflitos, fazendo campanha eleitoral antecipada e gastando dinheiro público. É verdade que essa operação acontece há muitos anos, mas nenhuma vez tivemos a passagem de tanques, de lança foguetes, pela frente do Congresso e do Supremo. Ninguém tem o direito de ganhar no grito, ninguém tem o direito de intimidar o Parlamento brasileiro por conta de uma posição política.
Eduardo Braga (MDB-AM): Neste dia em que a Câmara coloca uma pedra definitiva sobre essa tentativa [voto impresso] e o Senado de forma definitiva bota uma pedra sobre um resquício grave à liberdade, a Lei de Segurança Nacional, vem o presidente da República dar uma demonstração de força com tanque e aparatos bélicos desfilando sobre a esplanada. Quero dizer que fico com a democracia, fico com o artigo da Constituição que diz todo poder emana do povo.
Otto Alencar (PSD-BA) : “Quero dizer que não é só dessa vez em que o presidente da república busca pelos métodos de usar o dele, como ele chama, o seu exército ou suas forças armadas para intimidar o congresso nacional, o supremo tribunal federal, os outros poderes e não tem conseguido. Em uma afronta que eu digo clara à Constituição Federal no seu artigo 5º e também a legislação que garante a democracia dos poderes.”
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“Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo. mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu”, completou o senador.
A CPI da covid ouve nesta terça (10) o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida .
O militar foi apontado como responsável por levar supostos vendedores de vacinas a uma reunião no Ministério da Saúde.
A comissão apura a influência de Helcio Bruno dentro do governo e a relação estabelecida entre entre ele e o nº 2 do ministério, coronel Elcio Franco.
Os senadores também devem apurar sobre o suposto envolvimento de Helcio Bruno na propagação de notícias falsas na pandemia.
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Foto: reprodução de vídeo