por Israel Conte , da redação
O secretário de Estado de Administração Penitenciária (Seap), coronel PM Marcus Vinícius, disse que a ação de revista dos presídios na segunda-feira, dia 27, após o assassinato de 15 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), fez os detentos anteciparem a segunda parte do massacre , que poderia fazer mais 225 vítimas. Em celas de quatro unidades foram encontrados 40 corpos, mortos por asfixia.
“Nosso monitoramento de inteligência identificou que na segunda-feira haveria a possibilidade das mortes continuarem, por asfixia. Imediatamente, o estado se deslocou para as unidades prisionais e, ao adentramos, eles [os presos] startaram um processo que aconteceria na madrugada de segunda para terça”, afirmou Vinícius em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, dia 29.
O titular da Seap, que participou pessoalmente da revista no Compaj, disse que os presos não se intimidaram nem com a presença do fuzil.
“A grande maioria dos presos foi morto com mata-leão (asfixia). Eu participei da ação e tive que tirar preso do braço do outro. Não pararam nem com a presença do fuzil. Mas é importante que a sociedade saiba: nós evitamos a morte de 225 presos com a operação de segunda. O estado tem o controle do sistema”, destacou Vinícius.
Reforço federal
Um grupo de 10 integrantes da Força de Intervenção Penitenciária (FIP) chegou a Manaus na noite desta terça-feira, dia 28 e mais 73 devem desembarcar nesta quarta-feira, dia 29, segundo informações repassadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Os homens vão reforçar o monitoramento das unidades prisionais do estado e também capacitar agentes penitenciários e profissionais do Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) local, criado este ano pelo Governo do Amazonas.
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O grupo vai operar em todos os presídios do Amazonas, especialmente naqueles onde aconteceram as mortes dos internos. Segundo o secretário-executivo da Seap, tenente-coronel André Luiz Gioia, entre os procedimentos realizados pela FIP está a realocação de internos ameaçados.
“Já contextualizamos para eles o que aconteceu e eles vão fazer uma análise de todas as unidades e estabelecer um protocolo de procedimentos para saber como vão atuar. Após essa análise, eles vão atuar na capacitação dos agentes que trabalham nas unidades prisionais, bem como o GIP. Eles vão analisar, fazer um protocolo de atuação e aplicar nessa capacitação”, afirmou o secretário-executivo.
Foto: Reprodução/Facebook Governo do Amazonas