Primeiro ato de servidores de Bolsonaro por salĂ¡rio Ă© neste dia 18
LĂderes sindicais de entidades que representam a elite do funcionalismo atĂ© o "carreirĂ£o" convocam para amanhĂ£ a primeira das trĂªs manifestações previstas por aumento nos vencimentos

Publicado em: 17/01/2022 Ă s 11:20 | Atualizado em: 17/01/2022 Ă s 11:44
A primeira de trĂªs paralisações de servidores pĂºblicos estĂ¡ marcada para amanhĂ£. A expectativa, segundo lĂderes sindicais, Ă© que a mobilizaĂ§Ă£o neste e no prĂ³ximo mĂªs seja a maior desde 2015.
Os fĂ³runs e associações que organizam os atos representam ao menos 1,2 milhĂ£o de servidores em todo o paĂs, desde a elite do funcionalismo atĂ© o “carreirĂ£o”.
Eles pedem reajustes salariais apĂ³s o Congresso ter aprovado um espaço de R$ 1,9 bilhĂ£o no Orçamento para reajustes a policiais.
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Dessa forma, as demais categorias do serviço pĂºblico, a começar pelos auditores da Receita Federal, se sentiram discriminados e passaram a pressionar o MinistĂ©rio da Economia na tentativa de combater a medida que privilegiou os policiais, que compõem a base do governo Jair Bolsonaro.
O grande erro do presidente, segundo especialistas, foi nĂ£o ter previsto que o aumento a categorias especĂficas resultaria em um efeito cascata.
No governo, hĂ¡ um receio de que, se o aumento for efetivado aos policiais (ainda nĂ£o estĂ¡ garantido, segundo o prĂ³prio presidente), a questĂ£o vĂ¡ parar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Se esse for o caso, a Corte pode decidir a favor do reajuste salarial a todo o funcionalismo pĂºblico, o que poderia ter um impacto que varia de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões.
Esse valor Ă© o dobro daquele que foi separado pelo Executivo para a reestruturaĂ§Ă£o com reajuste de salĂ¡rio para carreiras policiais.
AdesĂ£o
Enquanto uma definiĂ§Ă£o nĂ£o sai, o caldo das paralisações engrossa. Na sexta-feira, o FĂ³rum das Entidades Nacionais dos Servidores PĂºblicos Federais (Fonasef) decidiu, em reuniĂ£o, participar dos atos do dia 18.
A entidade tem, entre seus integrantes, a ConfederaĂ§Ă£o dos Trabalhadores no Serviço PĂºblico Federal (Condsef), que representa 1 milhĂ£o de servidores federais, cerca de 80% do funcionalismo pĂºblico.
No dia da paralisaĂ§Ă£o, a ConfederaĂ§Ă£o pretende entregar, no MinistĂ©rio da Economia, uma reivindicaĂ§Ă£o de reajuste emergencial de 19,99% — o que corresponde Ă inflaĂ§Ă£o dos trĂªs anos de governo Bolsonaro.
A ideia Ă© deflagrar uma greve a partir de 14 de fevereiro — com o restante do funcionalismo pĂºblico, que planeja cruzar os braços de forma generalizada. A paralisaĂ§Ă£o duraria 11 dias.
Segundo SĂ©rgio Ronaldo da Silva, secretĂ¡rio-geral da Condsef, apesar da falta de resposta do governo, a intenĂ§Ă£o da ConfederaĂ§Ă£o Ă© esgotar todas as tentativas de diĂ¡logo antes de partir para o enfrentamento por meio de uma greve.
“Queremos dialogar antes de ir para o conflito. AtĂ© agora, o governo nĂ£o sinalizou pelo diĂ¡logo. NĂ³s temos um prazo que vai atĂ© 3 de abril e acreditamos que, atĂ© lĂ¡, temos como instituir um consenso. Caso nĂ£o tenha retorno, vamos nos reunir no dia 27 e depois declarar greve a partir de 14 de fevereiro”, disse.
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Foto: Marcello Casal Jr/AgĂªncia Brasil