Prisão temporária de ex-governador José Melo termina à meia-noite de hoje

Publicado em: 03/01/2018 às 19:17 | Atualizado em: 03/01/2018 às 19:19

Por Rosiene  Carvalho, da Redação

 

A prisão temporária do ex-governador do Estado, José Melo (Pros), termina à meia-noite de hoje, segundo o advogado de defesa dele, José Carlos Cavalcanti Junior.

Melo cumpre o resto da decisão de prorrogação da prisão temporária, que determinou que ele ficasse na cadeia por mais cinco dias após a deflagração da operação “Estado de Emergência”.

No  dia 27 de dezembro, quando foi  liberado por determinação do juiz federal plantonista Ricardo Sales,  José  Melo já havia cumprido o primeiro dia da prorrogação.

De acordo com José  Carlos Cavalcanti Júnior,  do  dia 31 de dezembro, quando foi novamente preso juntamento com o ex-secretários, até esta quarta-feira, dia 3, o ex-governador cumpriu o resto  do período  da prisão temporária.

“Do dia 31 em diante seriam quatro dias. Então, a zero hora de hoje se completa os quatro dias. Ele ficou preso no dia 26. Saiu às 8h40 do dia 27. Cumpriu horas a mais (…) Se a justiça cumprir o que foi determinado precisa sair à meia-noite,  salvo se houver alguma alteração para preventiva, o que a gente não espera”, afirmou.

 

MPF

A reportagem consultou  a assessoria de comunicação do MPF (Ministério Público Federal) por volta de 18h  para saber se o órgão havia requisitado a prisão preventiva. A assessoria informou que o MPF prefere não informar sobre as medidas que serão ou foram tomadas hoje.

O plantão da Justiça Federal também não confirmou se havia um pedido de  preventiva,  mas disse que a  juíza plantonista  Jaiza Fraixe  poderia tomar decisão a qualquer hora.

 

Sem fato novo, para defesa

O advogado de Melo José  Carlos Cavalcanti Júnior afirmou que desde a deflagração  da operação “Estado de Emergência”, quando o ex-governador foi preso, nenhum fato novo surgiu, especialmente durante a prorrogação da temporária, que justificasse uma prisão preventiva.

“Não teve nada. A polícia quer dizer que quer investigar, mas não apresentou um requerimento à justiça para nada. Nem para  busca e apreensão, enfim, para nada.  Na verdade, o que estamos  vendo é uma tentativa de execração da imagem dele (José Melo) para garantir eventual pedido de prisão preventiva. Não encontraram nenhum elemento que o ligasse aos argumentos da acusação”, disse o advogado.

 

Trabalho da PF questionado

O advogado disse que as mensagens do telefone do médico Mouhamad Moustafa, apontado como chefe da quadrilha, que estão sendo associadas ao ex-governador, não encontram associação com os  fatos reais. Segundo José Carlos  Cavalcanti, sequer  a agenda do governador nos dias em que há a indicação de recebimento de propina foi requisitada pela Polícia Federal.

Ele afirma que a defesa fez este levantamento. “As informações que estão sendo imputadas que seriam em relação  a ele, nós temos o levantamento, em nenhuma das datas em que são informadas na investigação policial o senhor  José Melo esteve na presença deste senhor. Em algumas delas, sequer estava em  Manaus”, disse.

A defesa questiona a profundidade da investigação da Polícia Federal. “Então, a polícia  e o Ministério Público deveriam  verificar  todas as informações antes de levantar o dedo e não estão fazendo isso. Pedem prazo para investigar e não estão investigando. Não  há nos autos nenhum pedido à Casa Civil da agenda do governador”, declarou.

O advogado disse que tudo será  demonstrado pela defesa no processo e que, neste momento, o foco é garantir a integridade física  e emocional do ex-governador.  “Nada do que está se dizendo é verdade e vamos demonstrar isso no curso da ação. Só precisamos  da tranquilidade necessária, da vida e da integridade emocional do professor José  Melo para que ele possa se defender”, disse.

 

Melou leu no presídio

José Carlos Cavalcanti negou que Melo esteja deprimido como informou  nota da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) ao justificar  o uso das algemas no translado de Melo  entre o presídio e a sede da Justiça Federal  no dia 26 de dezembro para audiência de custódia.

“Não. Aquilo  ela (Seap) falou para se resguardar. Mesmo que ele tivesse deprimido, se tivesse qualquer tipo de ação dele contra a própria vida não  ia ser dentro de uma viatura. Ele teve o tempo todo dentro da cela. Passou os dias determinados lendo, tranquilo. Não  gerou  nenhum tipo de atendimento médico. Então, essa conversa  de que foi algemado com medo de reação suicida, isso é defesa de quem fez o mal feito. De quem quis humilhar e constranger”,  declarou.

 

 

 

 

 

 

 

 

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