“Quem vai montar a chapa Ă© o governador”, afirma Hissa AbrahĂ£o

Publicado em: 30/01/2018 Ă s 06:13 | Atualizado em: 30/01/2018 Ă s 06:27

Da RedaĂ§Ă£o

 

O deputado federal e presidente estadual do PDT no Amazonas, Hissa AbrahĂ£o, declarou que o processo polĂ­tico de 2018 no PDT Amazonas serĂ¡ conduzido pelo governador Amazonino Mendes e  que as prioridades da sigla sĂ£o: reeleiĂ§Ă£o do  governo e reeleiĂ§Ă£o dele  Ă  CĂ¢mara  dos Deputados.

“Quem vai montar a chapa, quem vai dar as diretrizes do processo polĂ­tico Ă© o governador. O fato Ă© que nĂ³s do PDT queremos o Amazonino candidato Ă  releiĂ§Ă£o. Esse Ă© o tempo do partido. Ele Ă© que vai dizer. Ele pode chegar lĂ¡ na frente e dizer que quer continuar e chegar lĂ¡ na frente e dizer que nĂ£o quer”, disse.

A declaraĂ§Ă£o foi feita durante entrevista feita no BNC Entrevista nesta segunda-feira,  dia 29.

Sobre as insatisfações de aliados que organizaram o palanque de Amazonino e o apoiaram em  2017, Hissa AbrhaĂ£o adotou linha distanciada dos compromissos polĂ­ticos  firmados em 2017. Disse ser grato a todos os aliados que estiveram no palanque do PDT em 2017.

O mesmo fez o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, em entrevista esta semana quando esteve em Manaus. O grupo cobra nos bastidores e publicamente que Amazonino sĂ³ exerça o mandato tampĂ£o.

“Em relaĂ§Ă£o ao Parderney e outros membros do arco de aliança, eu sou muito grato a eles que apoiaram o PDT. Pauderney Ă© um grande parlamentar. Tem meu respeito e minha consideraĂ§Ă£o”,  disse.

Sobre o senador Omar Aziz, Hissa disse que nĂ£o conhece no Amazonas outro articulador polĂ­tico melhor que ele e acrescentou, admitindo que hĂ¡ problemas nos bastidores, que o grupo vai se entender na “hora certa”.

“Eu tenho que respeitar. Ele jĂ¡ estĂ¡ um tempo na polĂ­tica. Eu acho que vai ter um momento… Ă€s vezes as pessoas pensam de um jeito. Um quer isso, outro quer aquilo. Mas, na hora que sentam, que a poeira baixa, percebem que sĂ£o amigos e as virtudes maiores que os problemas pontuais EntĂ£o, nesse aspecto eu acho que o Parderney, o senador Omar e o governador vĂ£o pensar no Amazonas e nĂ£o em si prĂ³prios”, disse.

As  divergĂªncias ocorrem, segundo o deputado, em funĂ§Ă£o do foco que Amazonino colocou na administraĂ§Ă£o pĂºblica:

“Ele nĂ£o estĂ¡ fazendo acordo polĂ­tico. Ele nĂ£o estĂ¡ preocupado em agradar o meio polĂ­tico e os polĂ­ticos. Ele estĂ¡ preocupado em governar (…) Os aliados querem  participaĂ§Ă£o na integraĂ§Ă£o ao projeto e o governador com um ritmo mais acelerado de trabalhar e se empenhar”, disse.

 

Plano B

Hissa disse que, caso Amazonino nĂ£o seja candidato, certamente jĂ¡ tem outros planos  para o palanque.

“O Amazonino tem plano  A, B, C, D… a cabeça dele Ă© de um inteligĂªncia e nĂ£o dĂ¡ para a gente adivinhar. Isso tudo vai ser dito na Ăºltima hora como Ă© do estilo dele”, disse.

 

ReeleiĂ§Ă£o 

Hissa disse que foi chamado para uma conversa com o governador Amazonino e que o mesmo afirmou a ele que a sua reeleiĂ§Ă£o Ă  CĂ¢mara dos Deputados Ă© para ser tratada como prioridade no PDT.

“Isso anima, nĂ©? A gente estĂ¡ vendo o governador disposto. EstĂ¡ vendo que a gente estĂ¡ fazendo um trabalho, fazendo a defesa do Governo… quando o Governo merece a gente defende mesmo”, disse.

 

Eduardo Braga

Ao ser questionado sobre como Ă© hoje a relaĂ§Ă£o dele com o ex-aliado Eduardo Braga, Hissa respondeu: “É respeitosa…”, disse.

Em seguida, Hissa  concluiu: “A gente tem uma linha polĂ­tica a seguir. Quem quiser tambĂ©m que compreenda a nossa linha polĂ­tica e que nĂ£o queira o nosso apoio, mas que tambĂ©m nos apoie. Eu acho que no passado, o Eduardo se aliou ao prefeito Arthur nĂ©? Essa foi uma aliança interessante”, disse.

Questionado se achava que essa  uniĂ£o foi um dos erros de Braga, Hissa declarou: “Eu acho que cada um sabe o que faz e cada um paga pelos erros que faz”, disse.

O BNC tambĂ©m questionou qual a opiniĂ£o de Hissa sobre a participaĂ§Ă£o de Braga nas Eleições 2018 e ele respondeu:

“Eu acho que quem tem que julgar ele e todos os polĂ­ticos da Lava Jato Ă© o povo. Tem que julgar ele, todos que estĂ£o presos e todos que ainda serĂ£o presos. AĂ­, Ă© o povo que vai dizer. Eu nĂ£o tenho muito o que falar dele,  nĂ£o”, disse.

Para Hissa, os nomes citados na Lava Jato nĂ£o deveriam disputar as Eleições 2018. “Eles nĂ£o deveriam nem ser candidatos. Todos os polĂ­ticos citados na Lava Jato deveriam se recolher pelo menos quatro anos, esperar para ver o que vai acontecer e cuidar da sua absolviĂ§Ă£o”.

 

PDT

Sobre as informações de que ele poderia deixar a sigla, Hissa disse que tudo nĂ£o passou de boato, incluindo nesta categoria as informações sobre a troca do PDT pelo PTB por Amazonino Mendes.

“Eu presido o PDT. Tenho o carinho do presidente nacional, Carlos Lupi, o partido Ă© do governador. Estou bem com a maioria dos filiados do PDT. EntĂ£o, nĂ£o tem porque eu sair do PDT”, disse.

Como presidente estadual, Hissa afirma que tem procurado filiar novos nomes no interior do Estado com objetivo de fortalecer a sigla para a disputa de 2018.

“Estou oxigenando o partido. Trazendo jovens do Amazonas inteiro. Estou buscando gente com mandato e sem mandato.NĂ£o Ă© sĂ³ voto, Ă© gente com nome limpo”, avaliou.

 

PPS

Hissa elogiou sua antiga casa partidĂ¡ria, o PSS, e diz que a boa relaĂ§Ă£o que mantĂ©m com os dirigentes estaduais e o presidente nacional da sigla, Roberto Freire, devem ajudar a fomentar boatos sobre a saĂ­da dele.

“Eu tenho maior respeito e consideraĂ§Ă£o pelo PPS. É onde estive filiado por 15 anos. Mantenho boa relaĂ§Ă£o com o PPS, com o Roberto Freire principalmente. Somos amigos. De vez em quando a gente almoça junto em BrasĂ­lia. EntĂ£o, a minha relaĂ§Ă£o pessoal do PPS eu nĂ£o vou jogar isso fora. HĂ¡ espĂ­ritos de porco que usam isso para tentar me desestabilizar com o Amazonino e com o Lupi “, disse.

 

AtuaĂ§Ă£o parlamentar

Hissa fez uma avaliaĂ§Ă£o do mandato, fez destaque ao projeto de lei que torna hediondo o assassinato de policiais militares e outro que aumentou a pena para agentes penitenciĂ¡rios que facilitam a comunicaĂ§Ă£o do presos com o mundo exterior ao presĂ­dio.

O deputado tambĂ©m destacou a emenda da Reforma Trabalhista, em que separou o ganho de gratificaĂ§Ă£o e salĂ¡rio.  “Isso passou despercebido. Fui até  aplaudido dentro do PDT porque estava todo mundo naquele clima de ser contra. HĂ¡Â  deputados que passam 25 anos na CĂ¢mara e nĂ£o conseguem aprovar sequer um projeto. E eu, ao longo desse tempo, consegui aprovar quatro projetos”, disse.

Sobre Ă s ausĂªncias no plenĂ¡rio que o colocam entre os mais faltosos da bancada do Amazonas em 2017, o parlamentar disse que precisou se licenciar para tratar de um inĂ­cio de depressĂ£o.

“Em 2015, acredito que tive um ou nenhuma falta, em 2016 tambĂ©m. Fiz uma dieta para perder peso, eliminei 44 quilos e acabei adoecendo. Me afastei para me tratar. Foi um problema crĂ­tico, mas me tratei, estou curado”, disse.

 

Governo Amazonino

O deputado avalia que, em poucos meses, Amazonino fez alterações nos setores de saĂºde e segurança pĂºblica que estĂ£o surtindo efeito positivo para a populaĂ§Ă£o.

O presidente estadual do PDT disse nĂ£o ser um polĂ­tico que fica tentando emplacar indicações e que busca ajudar o Governo do Amazonas com informações que tem acesso e contato em viagens ao interior do Estado.

“Quando eu vou Ă s comunidades do interior, eu levo a mensagem do governador”, disse.

Hissa disse que Amazonino tem, em sua administraĂ§Ă£o, resgatado os valores dos gestores que se preocupam com a administraĂ§Ă£o pĂºblica.

“Governar Ă© fazer essas escolhas que os gestores anteriores nĂ£o faziam. A gente vĂª que o Amazonino ainda tem esse espĂ­rito pĂºblico, vontade de fazer alguma coisa e sair da pequenez”

 

Arthur Neto

Questionado sobre como Ă© a relaĂ§Ă£o dele com o ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) apĂ³s a demissĂ£o ao vivo numa entrevista Ă  RĂ¡dio Tiradentes,  em 2013, Hissa disse que Ă© “respeitosa”.

Hissa afirmou que o prefeito ligou para ele este ano para indicĂ¡-lo como substituto do deputado federal licenciado e chefe da Casa Civil do MunicĂ­pio de Manaus, Arthur Bisneto (PSDB), representando o Amazonas na Frente Nacional dos Prefeitos.

“O prefeito nos ligou e perguntou se eu aceitaria o convite. Sou grato e represento a bancada porque o prefeito me indiciou. Eu olho para frente. Quem tem que julgar o prefeito Ă© o povo”, disse.

O ex-vice prefeito de Arthur Neto disse que torce pelo tucano no pleito dentro do PSDB para ser o candidato da sigla, mas disse que nĂ£o votaria nele.

“Eu torço por ele. Mas, agora, meu candidato Ă© o Ciro Gomes. Eu acho bom  (a tentativa de prĂ©vias de Arthur). Da mesma forma que eu daquela vez pleiteei a intenĂ§Ă£o de ser o candidato do nosso grupo, acho positivo alguĂ©m do Amazonas tentar. Nota dez para ele”, disse.

 

Reforma da previdĂªncia

Hissa AbraĂ£o nĂ£o revelou seu voto sobre a reforma previdenciĂ¡ria. Disse que hĂ¡ um encaminhamento do PDT e que irĂ¡ conversar sobre o assunto com o vice-presidente estadual da sigla Stones Machado  e com o governador Amazonino Mendes.

 

Lula

Em sintonia com o discurso do partido, Hissa AbrahĂ£o, que votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), declarou que a condenaĂ§Ă£o do ex-presidente Lula foi injusta:

“Na dĂºvida, condena, denuncia? Eu acho que foi uma grande farsa, uma grande montagem. Eu nĂ£o concordo com a anĂ¡lise jurĂ­dica para condenar o presidente Lula (…) Mas nĂ£o sou a favor da desobediĂªncia civil”, disse.

 

Cargos executivos

O parlamentar, que disse que vai disputar a reeleiĂ§Ă£o Ă  CĂ¢mara dos Deputados, quer  distĂ¢ncia  das disputas pelo Executivo  neste  momento:

“Estou cavando meu destino com a minha prĂ³pria unha. Estou apanhando e vivendo. O Executivo,  eu nĂ£o ensaio mais. Eu jĂ¡ aprendi, jĂ¡ sei como funciona. Isso depende de um conjunto de forças. É algo que eu nĂ£o me aventuro. Eu hoje tenho um lĂ­der e devo toda a minha orientaĂ§Ă£o polĂ­tica ao governador Amazonino”, disse.

 

Foto: BNC