Fim de dezembro de 2020. O governador Wilson Lima (PSC) contabiliza sua última derrota do ano: acabara de perder a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).
Paralelo a isso, em Manaus, explodiam protestos contra seu decreto de restrições para conter a segunda onda da covid (coronavírus) que se aproximava. E que se confirmava duas semanas depois, com a tragédia da falta de oxigênio nos hospitais da capital e de outros municípios.
O senador Eduardo Braga (MDB), aproveitando a oportunidade, colocava ainda mais lenha na fogueira ao criticar o decreto.
Os meses anteriores haviam sido pior para qualquer governador.
Wilson Lima estava investigado por, supostamente, comprar respiradores em casa de vinho. E a ALE-AM havia produzido a maior quantidade de processos de impeachment contra um governador.
O resultado de tudo isso foi a satisfação de seus adversários, que passaram a tratá-lo como carta fora do jogo eleitoral em 2022.
A reprovação de seu governo aumentava na proporção em que as intenções de voto despencavam.
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Hora da virada
Mas, no começo de 2021, o governador começou a refazer o caminho de seu governo.
Ele assumiu a articulação política que, no começo de sua gestão, havia confiado ao seu vice-governador, Carlos Almeida Filho.
Já em fevereiro, na volta dos trabalhos da ALE-AM, já estava com a base refeita no Legislativo.
No mesmo período, o Amazonas começa a sair da onda mais severa da covid.
Com isso, o estado passa a se tornar uma das principais atividades econômicas do país.
O polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) cresce e a economia do Amazonas começa a bater recorde de arrecadação.
As receitas saltam.
Em setembro, Lima começa a fazer entregas de seu governo.
Em primeiro lugar, dá a largada para reformar e modernizar a AM-10 (Manaus-Itacoatiara). Logo em seguida, entrega a AM-70 (Manaus-Manacapuru), totalmente duplicada e pavimentada.
Também nesse período, Lima estreita parceria com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
No dia 24 de outubro, aniversário da capital, por exemplo, anuncia a liberação de R$ 580 milhões para projetos diversos. Trata-se da maior verba já liberada para Manaus na história do Amazonas.
Para fechamento do ano, o governador reservou boas notícias, sobretudo para o setor da educação.
Por exemplo, pagou o maior abono do Fundeb (fundo da educação básica) não só para professores, mas para todos os servidores do setor.
Ao mesmo tempo, realizou sonho antigo dos estudantes , que foi a concessão de passe-livre no transporte público da capital.
Enquanto isso, na segurança pública , assinava mais promoção de policiais e bombeiros.
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Interior do estado
Nessa maratona, Lima fez também ações que fugiram do olhar da mídia.
Ele praticamente se internou no interior do Amazonas, visitando todos os municípios em um curto período.
Pesquisas
Como resultado de todas essas realizações de seu governo, apesar de um ano ainda difícil por conta da epidemia da covid no estado, Lima fecha 2021 respirando melhores perspectivas para sua reeleição.
É o que reflete hoje (27) o primeiro estudo das intenções de voto do amazonense para 2022. Pesquisa da Perspectiva mostra recuperação de musculatura política para disputar a reeleição no ano que vem.
Dos três que aparecem na frente nas pesquisas, ele foi o que apresentou o maior crescimento.
Assim sendo, estão liderando a pesquisa do empresário Durango Duarte o ex-governador Amazonino Mendes (sem partido), com 28,5% das intenções; seguido de Eduardo Braga (MDB), com 20,2%, e Wilson Lima, com 17%.
Até outubro, pesquisas de consumo interno mostravam que o governador não conseguia chegar a dois dígitos de intenção de votos.
“Pode-se dizer que o governador Wilson Lima é uma Fênix”, disse Durango Duarte.
Revelando detalhe da pesquisa, o pesquisador observou que o principal crescimento de Lima foi no interior do estado. Nos 20 maiores colégios eleitorais, ele já alcança 21% da preferência do eleitorado.
Mais do que mostrar revitalização em momento importante, com menos de dez meses para o primeiro turno das eleições, Lima mostra forte penetração em terreno adversário. Por exemplo, nos redutos de Eduardo Braga.
Foto: BNC Amazonas