Ricardo Nicolau lança plano para o futuro da cidade de Manaus

Neuton Corrêa, da Redação | Deputado Nicolau apresentou projeto para Manaus em discurso na ALE-AM

Neuton Correa

Publicado em: 13/02/2020 às 17:30 | Atualizado em: 13/02/2020 às 17:30

O deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD) lançou hoje, dia 13, um projeto batizado por ele de “Pra frente, Manaus!”.

O lançamento foi em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).

O projeto contempla ideias que vão da mobilidade urbana, macroeconomia à área de saúde.

O tom usado por ele para expor o plano deixou no ar uma insinuação de que poderá defender essas ideias como candidato a prefeito.

Isso ficou subentendido após Nicolau discursar por cerca de meia hora, quando citou claramente a disputa política na capital.

“Manaus precisa não de disputas insanas, de ganância pelo poder, de pessoas que têm amor ao poder, mas da união de todos em torno de um projeto que possa resgatar e melhorar a vida, a infraestrutura e melhorar a cidade”.

Abordado pelo BNC Amazonas sobre as intenções do “Pra frente, Manaus!”, Nicolau rechaçou a interpretação eleitoral do seu discurso.

Ele, porém, encerrou a fala em plenário destacando que tem entusiasmo, disposição e coragem para contribuir com a cidade.

“Eu sou um manauara entusiasmado, que ama esta cidade. Tenho muita disposição e coragem para dar minha parcela de contribuição nesse projeto de mudanças, mas mudanças viáveis”.

 

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Eixos do programa

Nicolau detalhou os temas que inseriu no “Pra frente, Manaus!”

Ele aprofundou discussão sobre ampliação dos serviços de saúde básica, a criação de nova e grande maternidade na capital e um inédito hospital municipal.

O deputado também defendeu a criação de um centro de atendimento integrado de saúde, para serviços à população do diagnóstico à cirurgia.

Na área de educação, Nicolau falou em elevar a posição de Manaus no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

Seu plano quer colocar o ensino público de Manaus entre os cinco melhores índices de educação entre as capitais brasileiras. Hoje, é nona.

Ele falou ainda da necessidade do município de participar da melhoria da segurança pública e outros temas como mobilidade urbana e trânsito e de fortalecimento da Zona Franca de Manaus e da criança de um distrito economia popular.

 

Leia trecho do discurso sobre o assunto:

“Eu ocupo a tribuna desta casa para falar um pouco deste ano, que é um ano eleitoral; que, na verdade, os políticos tradicionais iniciam um ano eleitoral, um processo eleitoral com acordos políticos, acordos partidários e esquecem, muitas vezes, de discutir um projeto viável para cidade de Manaus, um projeto que venha trazer, efetivamente, condições de um futuro melhor para todos.

Eu quero poder contribuir, deputado Felipe [Souza], para esse processo que se avizinha, contribuir com ideias, com a experiência que nós temos, tanto na iniciativa privada quanto no parlamento, para que Manaus possa ter um futuro forte e um futuro melhor.

Nós estamos lançando hoje um projeto que denominamos de “Pra frente, Manaus”.

Esse projeto tem por objetivo discutir com a sociedade, com técnicos, políticos, as alternativas viáveis para a nossa cidade.

Esse projeto Para frente, Manaus vai discutir pilares importantes de gestão e pilares importantes de serviços. E serão temas que nós vamos aprofundar no decorrer dos meses.

São temas com a área da saúde, deputado [Augusto] Ferraz, que é uma área que eu milito desde muito novo: a área da saúde.

É importante que vossa excelência que vai para uma caminhada em Iranduba, que não haja mais aqueles salvadores da pátria, aqueles que tentam inventar a roda.

É preciso melhorar o que está funcionando. É preciso modernizar o que é existente. É preciso melhorar, é preciso avançar.

Na área da saúde, na cidade de Manaus, houve muitas conquistas, mas é preciso fazer muito mais.

Eu cito aqui alguns exemplos:

Ampliar a cobertura da saúde básica. Precisamos ampliar para 85% a cobertura, até porque, hoje, Manaus tem 15% de planos de saúde.

Hoje, a saúde de Manaus, como um todo, tem um grande déficit de maternidade.

É preciso que nós passamos ter uma nova maternidade, mas uma maternidade que possa ser viável, porque não é viável uma maternidade como a maternidade Nazira Daou, maternidades pequenas, porque maternidades pequenas não são economicamente viáveis e precisa de uma infraestrutura para ser uma maternidade.

Nós estamos com projeto em andamento para uma nova maternidade, uma nova Moura Tapajós, que possa ter 280 leitos e diminuir esse déficit, até porque a parturiente não pode esperar. Ela não pode entrar na fila para aguardar um procedimento.

Então, é preciso que nós possamos dotar Manaus das condições mínimas necessárias para receber os novos manauaras, para receber os novos amazonenses.

Quanto aos déficits das outras áreas, deputada Mayara, vossa excelência que é médica e conhece.

Nas outras áreas, a exemplo do (Pronto Socorro) 28 de Agosto, porque há déficit de leitos muito grande? Um exemplo, no 28 de Agosto, deputado Augusto, porque a taxa de permanência no 28 de Agosto é enorme, chega a ser superior a dez dias.

Isso deveria ser de três dias. Ela chega a ser superior a dez dias.

Por que é superior a dez dias?

Porque há uma demora grande nos exames. Tem uma demora grande nos procedimentos. E os procedimentos que são realizados no 28 de Agosto são cirurgias convencionais, que demoram mais para a recuperação do paciente, demora mais para recuperar e os riscos de infecção hospitalar são muito maiores.

Então, eu acredito que, com uma gestão melhor nos leitos clínicos e cirúrgicos, poderemos melhorar os serviços.

E a Prefeitura de Manaus a médio e longo prazos poderá ter seu hospital municipal.

A Prefeitura de Manaus é uma das poucas prefeituras de capitais que não tem um hospital e que a sua rede fica muito restrita ao atendimento básico.

Fora isso, nós vamos apresentar um programa, deputada Mayara (Pinheiro), que é o CAIS, que é o Centro de Atendimento Integral à Saúde, que, em um mesmo lugar, poder ter áreas de diagnóstico: tomografia, ressonância, laboratório e um centro de especialidade nesse mesmo lugar. E também reunir os programas federais.

Pra quê? Pra poder somar os esforços, dividir as despesas e fazer mais pela sociedade manauara e consequente mente pela sociedade amazonense.

Nós vamos ter a oportunidade de poder aprimorar, discutir e poder ampliar as discussões para que Manaus possa ter uma saúde de qualidade e que possa ter na sua função a prevenção para que esse paciente não vire a média e alta complexidade.

A gora mesmo, a cobertura não sendo ideal da cidade de Manaus, 70% do que é gerado para os Sisreg das consultas são oriundos da rede municipal.

A rede municipal muitas vezes carrega a saúde como todo.

Não dá mais para propostas mirabolantes e que não sejam viáveis. Nós temos que aprender com o passado.

Todas as administrações tiveram falhas e tiveram acertos. E os acertos são aqueles que a gente precisa aprender.

E o projeto “Pra frente, Manaus” vai trabalhar em várias vertentes, como, por exemplo, na área de educação.

A área de educação na cidade de Manaus e isso não é obra de uma única pessoa. É obra de anos. A educação na cidade de Manaus passou, agora na administração do prefeito Arthur Neto, da 20a colocação entre capitais para a 9a no Ideb.

Isso foi um grande avanço que nos dá a certeza de que, se trabalhar melhor podemos chegar ao top five, entre as cinco melhores capitais na educação, deputado [Delegado] Péricles.

Na sexta-feira passada, eu tive a oportunidade de ir a uma inauguração que foi no ramal do Brasileirinho, uma nova escola municipal, deputado Serafim (Corrêa), uma escola moderna, bonita, escola que traz dignidade e uma escola na qual eu acredito pelo viés econômico, que Manaus precisa ter grandes complexos escolares, que esse complexo escolar vá da creche até à nona série.

Por que esses complexos escolares?

Por uma questão econômica. É mais barato você reunir em lugar manutenção, questão pedagógica, diretores, poder fazer em um lugar.

E esse projeto lá no ramal do Brasileirinho é um exemplo e muda o paradigma da educação na cidade de Manaus e pode, sim, servir de exemplo para as novas administrações.

O projeto “Pra frente, Manaus” vai discutir também segurança pública.

Nós entendemos que embora não seja responsabilidade municipal, mas é importante que Manaus possa estar nessa vanguarda de cuidar da segurança pública.

Hoje, Manaus já a capital do LED e tem que ampliar para 100% do LED.

Nós fazemos segurança pública como se fazia há 100 anos. Não mudamos nada. Hoje, para se tirar uma identidade, é como nós tirávamos há 100 anos, com o dedão na impressão digital, apesar da tecnologia já nos permitir reconhecimento facial pelo simples telefone.

A biometria que nós temos no TSE, que nós não usamos, o TSE tem um banco de dados e é preciso que essas câmeras que estão na cidade possam ter a tecnologia para usar no reconhecimento, nos ónibus e pode fazer com que a tecnologia…

Todos os governadores que passaram, secretários de segurança, eu tive a oportunidade de procurá-los e sugerir.

Tudo que eu estou falando aqui eu sempre falei pra todos os governador para todos os prefeitos que eu conversava, mas eu nunca externava. E isso fazia com que a gente não ampliasse as discussões.

Nós falávamos! Uns recebiam como sugestão, outro não.

Manaus hoje é uma cidade organizada do ponto vista financeiro. A Prefeitura de Manaus na sua gestão fiscal, de acordo com o Firjam, chega ao primeiro lugar em gestão fiscal.

Então, senhores deputados, eu quero, encaminhando para o fim, dentro do projeto Pra frente, Manaus nós vamos discutir descentralização das ações por toda a cidade.

Ter em cada zona da cidade descentralizada, não só nas obras, manutenção, na saúde, na educação, na segurança.

Acho que a maior discussão nesse processo eleitoral é transporte coletivo e trânsito esse é um desafio para aquele que vier a assumir os comandos da Prefeitura de Manaus: trânsito e mobilidade urbana são, talvez, o maior desafio, com possibilidades reais a curto, médio e longo prazos.

Manaus ainda não tem sinais inteligentes, Manaus ainda não sincroniza seus sinais.

Manaus precisa fazer uma readequação de conversão à esquerda; as bolas, rotatórias todas têm sinais e deixam de ter a sua função.

São ônibus sucateados. As empresas não cumpriram o seu papel de renovar a frota. E não só renova a frota. É fazer com que o quilômetro rodado desses ônibus possa atuar para melhorar a mobilidade.

Estou com dois minutos apenas, mas dois outros pilares que nós haveremos de discutir nesse projeto Pra frente, Manaus, um projeto suprapartidário e que vai envolver técnicos, políticos e a sociedade como um todo na questão de emprego e renda na cidade de Manaus.

Eu ouvi falar no projeto Dubai. Pode ser projeto Dubai, projeto Manaus, qualquer que seja, mas precisamos discutir alternativas econômicas.

Precisamos discutir alternativas econômicas. Precisamos discutir o fortalecimento da Zona Franca de Manaus. Precisamos discutir o turismo, precisamos discutir um distrito que possa abrigar a economia popular, aquela costureira que não tem onde trabalhar, aquele agricultor que não tem sua agroindústria e os governos poderem comprar desses distritos populares.

Os desafios, deputada Mayara, são grandes. Os mesmos desafios que têm em Coari são desafios que têm em Manaus, no Amazonas.

Mas acreditamos num Amazonas forte, numa Manaus forte e pode, sim, a vida da sociedade amazonense, com trabalho e dedicação. E dando continuidade ao que está sendo feito de bom e podendo ampliar.

Manaus precisa não de disputas insanas, de ganância pelo poder, de pessoas que têm amor ao poder. Mas Manaus precisa da união de todos em torno de um projeto que possa resgatar e melhorar a vida, a infraestrutura e melhorar a cidade de Manaus.

Eu sou um manauara entusiasmado, que amo esta cidade e sou uma manauara que tenho muita disposição e coragem para dar minha parcela de contribuição nesse projeto de mudanças, mas mudanças viáveis”.

 

Foto: Joel Arthus/Divulgação