O pré-candidato ao Senado pelo PSB-AM, Christian Rocha, reagiu, neste sábado (30), às declarações do ex-superintendente da Suframa coronel Alfredo Menezes a respeito da perda de incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). Para ele, as declarações do adversário “são irresponsáveis”, quando subestima o polo industrial do Amazonas.
O modelo industrial perdeu o incentivo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as bebidas concentradas à produção de refrigerantes. Perdeu também 35% do mesmo incentivo para outros produtos.
De acordo com o governo, o imposto foi reduzido para incrementar o crescimento econômico no restante do país.
No entanto, lideranças políticas e empresariais do Amazonas reagiram, de forma negativa, a essa iniciativa do governo federal. De acordo com eles, os empregos no polo incentivado de Manaus estão ameaçados, além da mão de obra no interior do estado, ligada ao xarope de bebidas.
Posição de Menezes
Diante do imbróglio, o coronel Menezes disse que “o Brasil não ficará travado na necessidade de desenvolver e incentivar a indústria nacional por conta da manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus”.
Esta e outras afirmações de Menezes desagradaram aos defensores da Zona Franca de Manaus.
Menezes é apoiador, amigo e compadre do presidente Jair Bolsonaro, e pré-candidato ao Senado.
Em outro trecho, ele menospreza o modelo industrial do Amazonas: “Monocultura econômica”.
“O Amazonas está sendo conclamado, junto com a sua monocultura econômica, para enfrentar um desafio que há muito tempo deveria ter sido feito: encontrar e desenvolver novos vetores econômicos que possam gerar emprego, renda e novas oportunidades para todos os amazonenses”, afirma o ex-titular da Suframa.
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Outro trecho que desagradou a adversários é o que cobra de ex-governadores do Amazonas.
“O que fizeram os ex-governadores Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz para mudar esse cenário de dependência quase absoluta que o estado do Amazonas tem de um modelo criado em 1967 graças à visão estratégica dos militares? A resposta é simples e objetiva: NADA”.
Reação de adversário
Para Christian Rocha, “é importante que os políticos entendam que não se trata de narrativa; trata-se da vida de milhões de amazonenses e brasileiros que se beneficiam com os empregos gerados pela ZFM e isso é fato”.
E a respeito do coronel Menezes, Rocha disse que as declarações dele são irresponsáveis.
“Diante das palavras irresponsáveis de um determinado pré-candidato ao Senado, não existe mais a possibilidade de manter o silêncio”.
E prosseguiu o pré-candidato do PSB: “Diante das mudanças no cenário mundial, é preciso, sim, criar alternativas ao modelo da ZFM, porém, é necessário, primeiro, implantar essa alternativa, testar e somente depois pensar na sua substituição, de maneira a gerar o menor impacto econômico e social possível”.
Foto: Amazônia Press/reprodução