Ruas e avenidas de bancos podem ser interditadas para evitar aglomerações

Solução foi tratada hoje em audiência pública realizada pela Defensoria Pública do Amazonas, com a participação de vários órgãos

Aglomerações em bancos coronavírus

Da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 16/04/2020 às 16:40 | Atualizado em: 16/04/2020 às 16:40

Caixa Econômica Federal, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Banco da Amazônia assumiram compromisso hoje de adotar medidas para acabar com aglomerações em suas agências.

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Uma das medidas a serem tomadas poderá ser a interdição parcial de ruas e avenidas próximas de agências bancárias.

O esforço é para tentar evitar a contaminação de seus clientes pelo novo coronavírus (Covid-19). Desde a chegada da doença no Estado, os bancos são os locais que mais registram concentrações de pessoas. Esse amontoado de gente pode agravar ainda mais a situações

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Grupo de trabalho

As cinco instituições bancárias participaram de uma audiência pública on-line realizada nesta quinta-feira, dia 16, Defensoria Pública do Estado (DPE-AM).

O debate resultou na criação de um grupo de trabalho responsável em promover soluções para evitar o acúmulo de gente na cidade.

O grupo terá a participação dos bancos, dos ministérios Público do Estado (MPE-AM) e Federal (MPF), Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Polícia Militar (PM), Instituto Estadual de Defesa do Consumidor (Procon/AM), além da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (CDC/ALE-AM).

 

Ações

Entre as ações discutidas está a interdição parcial de ruas e avenidas próximas de agências bancárias. A outra é a instalação de sistema de som nas agências para veiculação de mensagens para sanar dúvidas sobre benefícios. Além disso, a demarcação de espaços para distanciamento de pessoas, organização de filas por funcionários. E, também, a parceria com órgãos de trânsito e de segurança.

 

Exército

Também foi discutida a possibilidade de pedir apoio do Exército para que militares auxiliem na organização de filas fora das agências bancárias.

De acordo com o defensor público geral do Estado, Ricardo Paiva, é necessária a imediata intervenção conjunta das instituições. Isso, destacou, de forma efetiva, para a proteção da população que se aglomera nos bancos em meio à pandemia de Covid-19.

Para ele, o apoio na organização de filas e redução do fluxo de veículos nas vias onde as agências estão localizadas pode ser o primeiro passo para mitigar o problema.

“Sabemos que o problema não é de fácil solução porque quem está nas filas busca um benefício para garantir o alimento para a família, em alguns casos. Unindo forças entre instituições conseguimos visualizar uma saída e esse grupo será responsável por promover e implementar soluções viáveis que sejam efetivas para evitar que pessoas continuem se aglomerando e dormindo em filas”, explicou Ricardo Paiva.

“Esse é o momento que precisamos entender o problema e nos surpreendemos ao saber que o problema é de informação. Fomos informamos que as pessoas que procuravam a Caixa Econômica, por exemplo, e dormiram em filas de um dia para o outro, não foi para receber o benefício em dinheiro, mas para tirar dúvidas sobre a razão da solicitação do benefício ainda está em análise, pro exemplo. As pessoas não estavam lá para receber o dinheiro em espécie. Há um calendário para isso e nós como entes públicos temos condições de viabilizar meios para, pelo menos, reduzir esse problema”, completou o subdefensor público geral do Estado, Thiago Rosas.

 

Tentativas

Os representantes das instituições bancárias informaram que adotaram providências desde o início da pandemia para evitar aglomeração e risco de contaminação para clientes e funcionários. Mas que, em muitos casos não são atendidos pela população, quanto a orientações, sendo necessário, inclusive, acionar a Polícia Militar.

 

Efeito R$ 600

Eles explicaram que as aglomerações aumentaram quando o Governo Federal anunciou o benefício de R$ 600. O problema, acrescentaram, foi que isso ocorreu justamente no período em que os índices de casos confirmados de coronavírus saltaram no Estado. E que as orientações para isolamento deveriam ser seguidas.

Destacaram também que as ações adotadas acabam sendo limitadas ao ambiente das agências. Dizem que não podem demarcar ou segregar áreas em outros imóveis por onde as filas se estendem. Para isso, ressaltaram ser providencial a inciativa da DPE-AM para que a segurança e saúde da população.

 

Foto: BNC AMAZONAS