Sateré-maué será autoridade dos direitos sociais indígenas do Brasil

Jecinaldo Cabral barra indicações de políticos do Amazonas. Ele inaugura a limpeza do governo para livrar órgãos indígenas de bolsonaristas.

Sateré-Mawé será a autoridade dos direitos sociais indígenas do Brasil

Neuton Correa, Neuton Corrêa (BNC Amazonas)/Hudson Lima (Portal Koiote)

Publicado em: 08/02/2023 às 12:28 | Atualizado em: 08/02/2023 às 12:35

O indígena sateré-maué Jecinaldo Cabral será a autoridade do governo brasileiro para cuidar dos direitos sociais do povos originários do país.

Ele deverá ser nomeado coordenador-geral dos direitos sociais indígenas nos próximos dias. O órgão nasce juntamente com o Ministério dos Povos Indígenas.

A nova estrutura da União deverá ter como sede Manaus, capital do Amazonas, estado onde está localizada a maior e mais diversa população indígenas do Brasil.

Dessa forma, pela estimativa do próprio ministério, o Amazonas abriga quase 170 mil pessoas de 72 povos e 30 línguas falantes.

O sateré foi indicado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a maior regional do país.

Além da Coiab, o líder Sateré-Mawé contou com o apoio da Apiam, Organizações e Povos Indígenas do Amazonas, e outras associações regionais do Amazonas e de outros estados.

Por exemplo, entre esses estados está o Mato Grosso, de onde recebeu aval dos povos xavantes.

Além disso, ele conta com o apoio da própria ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, com quem já trabalhou e de quem goza da amizade.

Ele também recebeu apoio de Ricardo Webe Tapeba (foto), com quem já atuou em defensa dos povos indígenas. Hoje, Tapeba é o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.

Primeiras missões

Dessa maneira, as primeiras missões de Cabral à frente do órgão já estão definidas. Por exemplo, sua primeira viagem será ao município de Tefé, no Amazonas. Depois, vai ao estado do Maranhão.

Cabral terá em seguida a missão de fazer uma limpeza no órgão. O alvo são bolsonaristas em cargos ligados a questões indígenas.

A regra no ministério é clara: órgãos indígenas serão comandados por indígenas.

Em síntese, é o protagonismo indígena prometido pelo presidente da República, Lula da Silva (PT). Como resultado, o governo quer encerrar a história de não indígenas à frente dos órgãos específicos.

Foto: divulgação