Saúde do AM se prepara para enfrentar falta de dipirona

A informação foi confirmada nesta quarta-feira, pelo secretário de Saúde, Anoar Samad, em entrevista ao BNC Amazonas

Arnoldo Santos, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 11/05/2022 às 15:39 | Atualizado em: 11/05/2022 às 18:51

O Amazonas já tem uma lista de medicamentos, usados na rede pública, que podem faltar nas unidades de saúde do estado.

A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 11, pelo secretário de Estado da Saúde, Anoar Samad, em entrevista ao BNC Amazonas.

“São em torno de 49 medicamentos que podem faltar, entre eles a Dipirona”, revelou o secretário.

O problema de abastecimento farmacêutico é, segundo o secretário, reflexo direto da pandemia no mercado internacional, o que estaria afetando o mercado brasileiro também.

Na semana passada, o Amazonas alertou o Ministério da Saúde com quem está em busca de soluções.

“Nós temos estoques ainda, mas estão baixos. Talvez até Dipirona eu tenha que importar porque a gente não consegue comprar no mercado nacional”, disse Samad.

O gestor da SES disse que o estado já está em contato com o Ministério da Saúde para acharem uma solução rápida.

Samad disse ao jornalista Neuton Corrêa, durante a entrevista, que encontrou o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, em uma visita ao município de Tabatinga, no Amazonas.

Queiroga informou ao secretário que as empresas farmacêuticas alegam que mesmo comprando insumos em outros países, o que seria mais barato, elas não têm condições de praticar o preço máximo de vendas regulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

“Eu conversei com o ministro (Queiroga) em Tabatinga e ele me disse que vai mexer na tabela de preço máximo de venda dos remédios, entre outras providências”, o que significa que vem aumento no preço de medicamentos por aí.

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Legado da Pandemia

Na entrevista, Samad também abordou a luta contra a pandemia. O secretário reconheceu a dificuldade que as autoridades de Saúde enfrentaram no início da pandemia, março de 2020.

“É um vírus desconhecido, um vírus traiçoeiro e de formas variantes. E isso não é fácil de controlar. Temos que entender que as críticas ou sugestões fazem parte do processo para que você termine fazendo uma boa gestão. Mas tivemos que tomar medidas duras, medidas restritivas em algum momento”, lembrou Samad.

Sobre o legado que a campanha contra o coronavírus deixará, Samad disse que a rede pública terminará com mais estrutura e capacidade de atendimento.

“O hospital Delphina Aziz, por exemplo, é gigantesco, mas nunca tinha sido usado completamente. A pandemia causou isso. Agora, ele está sendo usado em sua capacidade plena, não mais pela pandemia, mas por outras necessidades também”, afirmou.

“Até o fim do ano, vamos entregar mais 30 usinas de oxigênio, para capital e interior. E as do interior são equipadas com enchedores que poderá encher o cilindro de oxigênio”, revelou Samad.

Nova onda

Considerando a possibilidade de aparecerem novas variantes do coronavírus, Samad disse que, agora, as condições de atendimento a população são diferentes de março de 2020.

“Hoje é diferente. Nós temos armas. Temos vacinas e temos medicamentos e temos os chamados anticorpos (nas pessoas) e os trabalhos mostram e elas (vacinas) reduzem em cerca de 89% a chance do paciente ter a forma grave (da doença). E nós já temos a experiência de como contornar, do ponto de vista de gestão. Essa dificuldade de leitos, então, nós enfrentamos melhor”, afirmou Anoar Samad.

Foto: BNC Amazonas