Senadores do Amazonas dão por encerrado assunto do voto impresso
Após a derrota da PEC 135/19 na Câmara, os senadores, incluindo o presidente da Casa, avaliam que a questão está resolvida

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 12/08/2021 às 05:00 | Atualizado em: 11/08/2021 às 19:58
Com a derrota do voto impresso pela Câmara dos Deputados, ocorrida na noite desta terça-feira (10), o Senado vai enterrar de vez o assunto, embora tenha uma proposta de emenda à Constituição (PEC 113-A/2015) em tramitação.
A pá de cal foi dada pelo próprio presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco, no dia seguinte à decisão da Câmara que rejeitou a PEC 135/2019. A matéria não obteve os 308 votos necessários para aprovação.
“Indagaram-me a respeito de uma PEC parecida que há no Senado Federal, desde 2015, mas considero que esse pronunciamento da Câmara, em relação a esse tema, torna definitiva e resolvida esta questão, não cabendo ao Senado qualquer tipo de deliberação ou de tramitação de uma matéria com o mesmo objeto em função da decisão da Câmara dos Deputados”, declarou Rodrigo Pacheco nesta quarta-feira (11).
Os três senadores do Amazonas fazem coro com Pacheco. O coordenador da bancada amazonense, senador Omar Aziz (PSD) disse achar muito difícil tratar sobre isso de novo.
No mesmo tom, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) declarou: “A Câmara dos Deputados enterrou de vez as discussões a respeito do voto impresso. Agora é olhar para frente e concentrar os esforços no que realmente importa, retomar a economia e investir na geração de emprego e renda”.
Até mesmo Plínio Valério (PSDB-AM), único membro da bancada no Senado, que sempre se manifestou favorável ao voto impresso e auditável, não há ambiente político para avançar a PEC 113-A do Senado.
“Penso que não vai andar. No meu caso, me quedo (sic) à votação na Câmara. Parlamento é no voto”, respondeu o senador tucano.
No ano passado, Plínio aventou a possibilidade de buscar apoios e coletar assinaturas para apresentar uma PEC com o mesmo tema.
“Seria mais um aplicativo para agregar a segurança que hoje já tem a urna eletrônica. Portanto, mais um fator de segurança para tornar mais seguro aquilo que todo mundo diz que já é seguro. Viria para contribuir”, ressaltou o senador amazonense.
Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) lamentou a rejeição da proposta que determinava a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”.
“Estão acusando de golpista quem defende o símbolo da democracia: o voto! Congresso e sociedade divididos. Se nada fizer o TSE, por via até de portarias próprias, teremos eleições sob suspeita”, escreveu o filho do presidente da República.
O senador Jorginho Mello (PL-SC), também aliado do governo Bolsonaro, foi outro a lamentar a derrota do voto imprenso na Câmara. Segundo ele, o povo pede mais transparência nas eleições.
“O voto impresso, infelizmente, foi derrotado na Câmara dos Deputados. É incrível que isso tenha acontecido porque o que o povo defende, desde sempre, é simples: uma evolução do processo, para permitir mais segurança e transparência ao resultado das eleições”, argumentou.
Parte dos senadores que usou as redes para comentar a decisão do Plenário da Câmara avalia que o fim da tramitação da PEC do voto impresso representa uma derrota para o presidente Jair Bolsonaro, defensor da proposta.
“A Câmara calou fundo os golpistas! A Democracia não existe pela metade: ou se é um país democrático ou não, sem meio-termo! O desespero bolsonarista receberá a contundente e derradeira resposta em 2022, para todos os seus desmandos! Viva o Brasil!”, comemorou Fabiano Contarato (Rede-ES).
Com informações da Agência Senado.
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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado