STF volta à ativa e dá logo tom do que espera Bolsonaro e seus golpistas
Ministros reagiram duramente a sanções dos EUA contra o Brasil e afirmaram firmeza contra ataques à democracia.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 01/08/2025 às 15:03 | Atualizado em: 01/08/2025 às 15:05
Na reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (1º de agosto), os discursos de ministros deixaram claro que os réus por tentativa de golpe de Estado e conspiração com apoio estrangeiro enfrentarão uma resposta institucional dura e sem concessões.
O tom da sessão foi marcado por forte defesa da soberania nacional, da democracia e da atuação do STF diante dos ataques às instituições.
O presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o papel do STF “é impedir a volta ao passado e proteger a democracia”, enfatizando a atuação da Justiça contra os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
“O Brasil enfrentou ameaças reais de ruptura institucional. Foi necessário um supremo independente para conter o retrocesso. A democracia venceu e continuará sendo protegida por esta corte”.
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Com Moraes, pela soberania
A sessão também foi marcada por críticas contundentes às sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky.
Moraes classificou a medida como “constrangimento à Justiça” e apontou “pseudo-patriotas” brasileiros que, segundo ele, atuam como cúmplices de ações externas contra a independência do Judiciário.
Ele não citou o nome de Eduardo Bolsonaro e de outros conspiradores.
“O que se tem é uma traição covarde à pátria. Não aceitaremos intimidações, nem internas nem externas”, afirmou o ministro, que é relator dos inquéritos sobre o 8 de Janeiro e a suposta conspiração golpista envolvendo Bolsonaro e aliados, sobretudo generais e outros militares.
Gilmar Mendes reforçou o posicionamento da corte, apontando como “ato de lesa-pátria” as tentativas de deslegitimar o STF com base em ataques internacionais.
“Estamos diante de uma aliança entre inimigos da Constituição e interesses externos. O supremo não se curvará a isso”.
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Recado direto e reto
O recado para Bolsonaro e sua organização criminosa foi direto: os processos em curso sobre tentativa de golpe e articulações com potências estrangeiras, como a cooperação de bolsonaristas com Trump, serão julgados com o peso que o momento exige.
A expectativa dos brasileiros é que o STF avance nos próximos meses com os votos finais em ações penais que envolvem figuras centrais do bolsonarismo.
Ao encerrar a sessão, Barroso resumiu:
“A democracia brasileira tem um preço, e estamos dispostos a pagá-lo, com coragem, responsabilidade e fidelidade à Constituição”.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil