O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue a participação do ministro da Justiça, o delegado da Polícia Federal (PF) Anderson Torres (foto ), na transmissão ao vivo feita pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 29 para questionar a segurança das urnas eletrônicas. A reportagem é do Estadão, reproduzida pelo portal Focus .
O pedido foi encaminhado na terça-feira, 10, ao gabinete ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do TSE.
O objetivo é apurar se o ministro da Justiça fez propaganda eleitoral antecipada. Isso porque Torres é cotado para disputar o governo do Distrito Federal nas eleições do ano que vem.
O ministro participou dos minutos finais da live e leu trechos de um relatório da PF sobre os testes públicos nas urnas eletrônicas feitos pelo TSE.
“Exatamente tudo o que foi falado, tudo o que foi questionado, todas as dúvidas levantadas pelos eleitores.
A Polícia Federal também analisou, da mesma forma, encaminhou e o TSE tem isso lá como sugestão da PF para o aprimoramento do sistema eleitoral brasileiro”, concluiu após a leitura do relatório.
Suspeitas de Bolsonaro
Antes disso, Bolsonaro usou a live para levantar suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação. Sem provas, segundo a publicação, misturou notícias falsas, vídeos descontextualizados que circulam há anos na internet e análises enviesadas sobre números oficiais da apuração dos votos para defender a proposta do comprovante impresso de voto.
A transmissão ao vivo fez com que o TSE e o STF abrissem investigações para apurar as declarações do presidente.
No Supremo, Bolsonaro está sendo investigado em um inquérito vinculado ao das fake news. Nesta frente, o ministro da Justiça já foi chamado a prestar depoimento à Polícia Federal sobre a participação na gravação.
A saga do presidente contra as urnas eletrônicas também levou o TSE a formalizar uma notícia-crime junto ao Supremo, pedindo a investigação de Bolsonaro pelo vazamento do inquérito sigiloso da PF que apura um ataque ao sistema interno do TSE ocorrido em 2018.
Foto: Marcos Corrêa/PR