Uma guerra fria se instaurou nos últimos dias entre deputados da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) e conselheiros do Tribunal de Cotas do Estado (ALE-AM).
Publicamente, os ânimos ainda estão contidos, mas, nos bastidores, os lances de hostilidades de ambas as partes já são percebidos.
A temperatura da troca de farpas se elevou nesta terça-feira, dia 19, com a formalização da convocação do presidente do TCE-AM, Ari Moutinho, para prestar esclarecimentos aos deputados sobre o aumento de quase 10% pedido pelo conselheiro para os servidores da corte de contas.
O chamado, feito pelo deputado José Ricardo (PT), pode passar sem dificuldade pelo plenário, porque a base aliada do governador interino, e também presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD), já se mostra disposta a aprovar o requerimento.
No TCE-AM, porém, a convocação é tratada como retaliação do Legislativo ao TCE-AM, por causa da decisão tomada pela corte, por unanimidade, no dia 30 de agosto, de impor limites aos gastos do Executivo, nessa reta final da gestão David.
No TCE-AM, os conselheiros receberam recado de que a base do governador estaria preparando revide contra outro fato ocorrido no tribunal no dia 29 de agosto passado.
Trata-se do dia que David Almeida foi ao poder para falar com Ari Moutinho, mas não foi recebido no gabinete da presidência.
Naquela ocasião, o presidente explicou que receberia primeiro o prefeito Arthur Neto (PSDB), que também foi ao órgão naquele dia, porque estava obedecendo à agenda preestabelecida, sendo que o tucano chegou na hora enquanto David havia se antecipado em duas horas.
Além desses casos pontuais, há outro fato que de quando em vez vem à tona. Os deputados, apesar de darem autonomia financeira à corte, tratam o TCE-AM como órgão auxiliar; os conselheiros de contas, porém, consideram o tribunal uma instituição com estrutura própria e independente.
Fotos-montagem: BNC