‘Tiro no coração da ZFM’, diz deputado de ameaça de Bolsonaro com novo decreto

Análise do vice-presidente da Câmara é sobre rumor de que novo decreto do IPI atinge pilares da ZFM

Mariane Veiga

Publicado em: 07/04/2022 às 14:23 | Atualizado em: 08/04/2022 às 08:55

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), reagiu com indignação ao rumor de que o novo decreto de redução do IPI excluiria da lista dos produtos protegidos da ZFM os setores de duas rodas, informática e refrigerantes.

Para Ramos, sendo estes setores os responsáveis por 75% dos empregos e da receita gerada ao Amazonas, a medida do governo Bolsonaro, a ser publicada no início de maio, seria “um tiro no coração da ZFM”.

“Além da agonia prolongada pela prorrogação do decreto do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados],  que fere de morte o modelo ZFM, o governo agora trabalha com a possibilidade de quebrar os setores produtivos mais importantes ao Amazonas”.

De acordo com o deputado, é por isso que o novo de decreto ainda não saiu.

“A ideia é ganhar tempo para tomar mais uma medida que atenta contra o sustento das famílias de mais 500 mil trabalhadores que, direta ou indiretamente, dependem da ZFM para levar comida pra casa”, disse Ramos.

Só para dar dois exemplos, o vice da Câmara destaca que os setores de duas rodas e de informática são os mais relevantes do polo industrial da ZFM.

Ademais, têm a produção mais verticalizada, portanto, a maior cadeia produtiva, com mais etapas sendo produzidas no Amazonas.

Como resultado, geram mais postos de trabalhos diretos e indiretos.

“Nós não vamos admitir essa quebra de acordo com parte do governo federal e vamos utilizar todas as armas que estiverem ao nosso alcance para resistir em defesa dos empregos, da renda dos amazonenses e da economia do nosso estado”, disse Ramos.

Medidas como nova tentativa de conciliação com o Ministério da Economia, além de ações políticas e judiciais, estão sendo analisadas pela bancada do Amazonas.

“Uma das ideias é obstruir a pauta do Congresso até que seja publicado o decreto ressalvando a ZFM”, afirmou.

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