TJ barra voto de juĂ­zes para escolha de presidente do JudiciĂ¡rio

Publicado em: 17/04/2018 Ă s 17:07 | Atualizado em: 17/04/2018 Ă s 21:03

Por Rosiene Carvalho, da RedaĂ§Ă£o

O  Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) decidiu manter apenas desembargadores como eleitores no processo de escolha de presidente e vice-presidente no JudiciĂ¡rio  ao  analisar proposta de que juĂ­zes tambĂ©m participassem da eleiĂ§Ă£o.

A proposta, apresentada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), FlĂ¡vio Pascarelli, recebeu apenas quatro votos favorĂ¡veis. Pascarelli deixa a presidĂªncia no dia  3 de julho.

A alteraĂ§Ă£o atingiria o artigo 66 da Lei nº 17/97, que trata das eleições para os cargos de direĂ§Ă£o do judiciĂ¡rio. A ideia era que o regime de eleiĂ§Ă£o direta fosse adotado para a  escolha de presidente e vice-presidente da Corte. Assim, juĂ­zes e desembargadores da ativa estariam aptos  ao voto.

Nesta terça-feira, quando analisaram a proposta de Pascarelli, apenas quatro dos 21 desembargadores presentes votaram a favor: Djalma Martins da Costa, Airton CorrĂªa Gentil, Ernesto Anselmo Queiroz ChĂ­xaro e  Jomar Ricardo Saunders Fernandes.

A anĂ¡lise da questĂ£o durou quase toda a manhĂ£. Alguns desembargadores alegaram que havia  ilegalidade em analisar o assunto no formato proposto pela presidĂªncia, outros argumentaram que seria preciso alterar a Lei OrgĂ¢nica de Magistratura para que juĂ­zes votassem nestes casos.

Houve tambĂ©m desembargadores que se posicionaram contra  o projeto porque a “polĂ­tica” poderia contaminar a prestaĂ§Ă£o jurisdicional.

De acordo com a assessoria de comunicaĂ§Ă£o, o desembargador Mauro Bessa abriu a divergĂªncia, votando pela continuidade do processo de escolha de presidente e vice-presidente apenas pelos desembargadores do pleno.

Bessa foi um dos que denunciou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a eleiĂ§Ă£o para o cargo de corregedor hĂ¡ duas semanas, entre outras coisas, por nĂ£o adoĂ§Ă£o do critĂ©rio de antiguidade.

O desembargador YĂªdo Simões, futuro presidente do TJ-AM, escolhido com o apoio de Pascarelli, tambĂ©m foi contrĂ¡rio Ă  proposta.

O resultado da votaĂ§Ă£o da pauta administrativa do TJ-AM, embora seja de anĂ¡lise de uma questĂ£o que poderia alterar significativamente o processo de escolha de espaços de poder no judiciĂ¡rio, causou surpresa pelo placar desfavorĂ¡vel Ă  proposta do presidente FlĂ¡vio  Pascarelli.

Em quase dois anos, desde que assumiu a presidĂªncia, Pascarelli conseguiu levar Ă  frente a maioria de suas propostas administrativas, incluindo as de indicaĂ§Ă£o de novos membros do TJ-AM e TRE-AM.

 

 

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