Desde março, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vem despencando nas redes sociais Twitter, Instagram e YouTube. Levantamento aponta que tristeza, raiva e medo são os sentimentos que mais aparecem nos posts sobre a atuação do chefe da nação.
Conforme pesquisa da Inteligência Artificial ModalMais/AP Exata, Bolsonaro sofre maior rejeição à medida que a covid (coronavírus) avança. A marca de 420 mil vidas perdidas aparece como o fato que mais depõe contra o presidente. A sensação que domina os sentimentos dos brasileiros é que Bolsonaro é o principal responsável pelas mortes.
Dessa maneira, de 3 a 7 deste mês ele foi avaliado como ruim/péssimo por 45,9% dos brasileiros. Bom/ótimo, 29%. O volume de menções negativas, contudo, continua acima dos 60%.
A sensação de luto do Brasil com a morte do ator Paulo Gustavo só aumentou a rejeição a Bolsonaro, principalmente com as mensagens da família do presidente sobre o falecimento.
Além disso, outro fator que vem pesando muito para a queda da popularidade de Bolsonaro é a pífia vacinação no país.
Para a AP Exata, a queda acentuada de Bolsonaro nas redes sociais é resultado da gestão do coronavírus. Além disso, da troca frequente de ministros na saúde, da inflação e da pobreza. Tudo isso estaria irritando o brasileiro.
A tentativa de culpar governadores, por exemplo, fracassou. Teria sido um tiro no pé, que só ganhou eco mesmo entre os apoiadores de Bolsonaro.
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Perda de capital e base mantida
Por conta de todos esses predicados negativos, Bolsonaro perdeu capital político em relação a 2018. Porém, mantém sua base de seguidores coesa.
Essa é a avaliação do cientista político Ricardo Ismael, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Para ele, esse grupo é fiel e ativo. E a missão neste momento é desacreditar a CPI da covid.
Ainda em relação a 2018, o cientista político Murillo Aragão, da Arko Advice Pesquisas, aponta mais um motivo do desgaste de Bolsonaro.
De acordo com Frederico Bertholini, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), há também outro ingrediente.
É que só agora o brasileiro mais necessitado, que perdeu o auxílio no fim do ano passado, sente mais os impactos das falhas de medidas econômicas.
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Foto: Reprodução / Twitter