TSE mantém multa de R$ 22,9 milhões e alerta PL de extinção
No plenário, cinco ministros do TSE acompanharam a decisão de Moraes. A única divergência foi de Raul Araújo, que votou por uma multa menor à legenda

Diamantino Junior
Publicado em: 15/12/2022 às 19:48 | Atualizado em: 15/12/2022 às 19:58
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, reafirmou nesta quinta-feira (15/12) que o PL, partido de Jair Bolsonaro, moveu a ação sem apresentar provas ou indícios de mau funcionamento das urnas eletrônicas.
No plenário, cinco ministros do TSE acompanharam a decisão de Moraes. A única divergência foi de Raul Araújo, que votou por uma multa menor à legenda.
Entenda o caso
O partido de Bolsonaro entrou com uma ação de teor golpista para anular votos de 279 mil urnas no segundo turno;
O processo foi apresentado pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto;
Moraes rejeitou a ação, afirmando que o PL cometeu litigância de má-fé –situação em que o Judiciário é acionado para se obter fins ilícitos.
Hoje o plenário do TSE manteve a multa de R$ 22,9 milhões aplicada por Moraes;
Ministro divergiu de Moraes e defendeu multa menor ao PL. Araújo argumentou que o PL “cedeu à tentação” de acenar à população que questiona o sistema de votação.
Ele concordou que o partido não tem provas, mas levantou a possibilidade de o bloqueio das contas do PL atingir, no máximo, 30% dos valores até o pagamento das multas.
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Moraes rebateu o colega e disse que partidos não podem atentar contra o Estado Democrático de Direito. Citou também que o PL está sendo investigado tanto no TSE quanto no STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito das milícias digitais antidemocráticas.
Ministros que acompanharam a decisão de Moraes:
Ricardo Lewandowski;
Cármen Lúcia;
Benedito Gonçalves;
Carlos Horbach;
Sérgio Banhos.
O que o PL alegou? Em recurso, o PL afirmou ao TSE que apresentou a ação contra a suposta “fraude” nas urnas por ser uma entidade fiscalizadora das eleições e que o pedido foi baseado “exclusivamente” em dados técnicos de laudo do Instituto Voto Legal, contratado pelo partido para fiscalizar as urnas eletrônicas.
O partido negou que a iniciativa, de teor golpista, buscasse tumultuar o resultado das eleições.
Inicialmente, Moraes multou toda a coligação Pelo Bem do Brasil, que também incluía o PP e o Republicanos, mas depois excluiu os dois partidos do pagamento da multa, que ficou integralmente a cargo do PL.
Leia mais na matéria de Paulo Roberto Netto no portal UOL