Aguinaldo Rodrigues , da Redação
Novas gerações no pós-ditadura possivelmente nem ouviram falar de seu nome, porque o sono durou cinco décadas, mas agora vai ser difícil ignorar a propaganda direitista-conservadora do partido UDN (União Democrática Nacional).
E esse despertar é com o sonho de arrancar a família política e seguidores do presidente da República, Jair Bolsonaro, das mãos do PSL (Partido Social Liberal).
Para isso, os novos udenistas chegam se autoproclamando herdeiros da verdadeira direita conservadora legada por Carlos Lacerda, o falecido ex-governador do Rio de Janeiro que fundou a legenda.
A carta-manifesto de refundação da nova UDN (leia abaixo ), que recebeu homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recentemente, é reprodução fiel das pregações bolsonaristas.
“Liberal na economia, conservadora nos costumes”. Essa é a síntese do manifesto que se espalha por todo o país pelas mãos de seguidores do social-liberalismo de raiz.
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Missão no Amazonas
No Amazonas, a missão de instalação do comando da UDN e de propagação dos ideais é de um militar, o tenente da reserva do Exército Cláudio, aliado e próximo de Bolsonaro e sua família.
Com sua equipe, o militar que já serviu no Amazonas, visitou o diretor-presidente do BNC Amazonas , Neuton Corrêa, nesta terça-feira, dia 20, para apresentar o plano de trabalho e de governo que recebeu das mãos do presidente nacional da UDN, Marco Vicenzo (com Cláudio, à dir., na foto ).
O tenente Cláudio revelou que Vicenzo, ex-PSL, lhe incumbiu de preparar a UDN no Amazonas já para as disputas eleitorais de 2020, na capital e no interior.
Ele disse acreditar que a adesão de políticos à UDN vai se dar de forma natural porque o alinhamento com os princípios da legenda é requisito.
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Tradicional tentativa de pernada
“Estamos seguindo as diretrizes nacionais passadas pelo presidente Marco Vicenzo, e muito motivados pelo apoio que temos recebido”, disse ele, revelando que um deputado federal do Amazonas tentou puxar para si o comando do partido.
Cláudio cita entre esses apoiadores membros da família Bolsonaro, militares de alta patente e autoridades do Palácio do Planalto. Ele falou desses nomes, mas pediu que ainda não fossem revelados. Um deles é hoje ministro do governo e planeja sair candidato ao Senado pela UDN em 2022.
O alinhamento com os militares hoje é claro, ao contrário do momento vivido quando os governos da ditadura extinguiram o partido de Lacerda.
Foto: Divulgação/UDN