Ao participar da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, o governador Wilson Lima (PSC) esteve reunido com Johan Eliasch, representante especial do primeiro-ministro do Reino Unido para o Clima e Florestas. Eles alinharam parceria e agora vão desenhar como o Reino Unido poderá investir no Amazonas.
“O Reino Unido faz parte dos países que querem investir, nos próximos cinco anos, algo em torno de R$ 100 bilhões, e a gente já começou a conversar com o representante para poder fazer esse desenho de investimentos para o estado do Amazonas”, afirmou o governador.
O encontro dos governadores da Pan-Amazônia aconteceu nesta segunda-feira, dia 28, na Academia de Ciências do Vaticano.
Wilson também disse que o Amazonas será sede da reunião anual do Fórum Global de Governadores para o Clima e Florestas (GCF, na sigla em inglês) em 2020.
Ele aproveitou para convidar a todos para o evento, a ser realizado de 4 a 7 de maio do ano que vem, no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques.
“A gente já começou a fazer o desenho de um evento em que sejam colocadas coisas práticas e objetivas, e de que forma a gente pode avançar nesse processo de proteção das nossas florestas, entendendo que o homem está no ponto central dessas discussões. Não tem como você preservar a floresta sem que haja desenvolvimento humano, sem que haja dignidade humana, sem que haja o respeito por aquelas pessoas que mais preservam, que são o nosso povo”, declarou.
Fórum global de governadores
Manaus foi escolhida sede da próxima reunião anual do Fórum Global de Governadores, a última edição do encontro, ocorrida no mês de maio, aconteceu em Caquetá, na Colômbia.
A secretária-executiva do GCF, Colleen Scanlan-Lyons, que também participou da cúpula dos governadores da Pan-Amazônia, destacou que “não há como preservar a floresta sem garantir os direitos essenciais e a qualidade de vida do povo que mora na Amazônia”.
Cúpula
No plenário da Academia de Ciências, o governador Wilson Lima defendeu a promoção da dignidade humana no processo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
“O evento que aconteceu aqui reuniu os governadores da Pan-Amazônia, e é o primeiro evento realizado depois do Sínodo. Tudo o que foi discutido aqui está muito alinhado com os cardeais, com o que a Igreja Católica tratou nesses últimos quase 30 dias. E, dentre os compromissos que nós firmamos aqui, uma posição forte dos governos que têm interesse em preservar a Amazônia, em preservar os recursos naturais, e que eles digam, de forma prática, de que forma que isso pode chegar até as pessoas que mais precisam, que é o homem da floresta”, disse ele.
Além de Wilson Lima, participaram do encontro os governadores Waldez Góes, do Amapá, que também é presidente do Consórcio Interestadual para a Amazônia Legal; Helder Barbalho, do Pará; Flávio Dino, do Maranhão; e Wellington Dias, do Piauí, que representa o Consórcio do Nordeste. Dom Cláudio Hummes, relator-geral do Sínodo para a Amazônia e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, além de Marcelo Sanchez Sorondo, Chanceler da Academia de Ciências do Vaticano, conduziram a reunião.
O Amazonas ainda esteve representado pelo diretor da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, que apoiou o evento, bem como as instituições Conservation Internacional e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Também estiveram presentes o pesquisador Thomas Lovejoy; o ministro do Meio Ambiente da Colômbia, Ricardo José Lozano Picón; o secretário de Assuntos de Soberania Nacional do Governo Federal brasileiro, Fabio Mendes Marzano; os chefes do Executivo de nove países que compõem o território amazônico; a deputada estadual Joana Darc, representante da Assembleia Legislativa do Amazonas; e o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira.
Carta
Os governadores assinaram uma declaração. Eles destacaram a importância da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região pan-amazônica, evento conduzido pelo Sumo Pontífice, o Papa Francisco, que, na visão dos chefes de estado, ampliou o chamamento em defesa da Amazônia e de um modelo de desenvolvimento sustentável com ênfase na justiça social, solidariedade, respeito à natureza e às populações originárias e tradicionais, especialmente indígenas.
Na carta, os estadistas ainda manifestaram compromisso com o desenvolvimento sustentável da região fundamentado em uma economia verde, no desmatamento ilegal zero, na defesa dos direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, incluindo ribeirinhos, caboclos, extrativistas e quilombolas; e no conceito de ecologia integral.
Os participantes definiram que a próxima Cúpula dos governadores da Pan-Amazônia será em Belém, capital do Pará.
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Foto: Diego Peres/Secom