WhatsApp é a principal rede social usada nas eleições, aponta pesquisa

Publicado em: 13/12/2019 Ă s 10:42 | Atualizado em: 13/12/2019 Ă s 10:42
Uma pesquisa de opiniĂ£o do Instituto DataSenado aponta a influĂªncia crescente das redes sociais como fonte de informaĂ§Ă£o para o eleitor, o que pode em parte explicar as escolhas dos cidadĂ£os nas eleições de 2018.
Quase metade dos entrevistados (45%) afirmaram ter decidido o voto levando em consideraĂ§Ă£o informações vistas em alguma rede social.
E a principal fonte de informaĂ§Ă£o do brasileiro hoje Ă© o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, segundo o levantamento.
Das 2,4 mil pessoas entrevistadas, 79% disseram sempre utilizar essa rede social para se informar.
Os dados sĂ£o da pesquisa nacional Redes Sociais, NotĂcias Falsas e Privacidade na Internet, realizada pelo DataSenado em parceria com as Ouvidorias da CĂ¢mara dos Deputados e do Senado Federal.
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O estudo, divulgado nesta semana, tambĂ©m abordou a privacidade de dados na internet e o comportamento dos brasileiros em relaĂ§Ă£o Ă s notĂcias falsas.
Os resultados indicam que os brasileiros acreditam que os conteĂºdos nas redes sociais tĂªm grande influĂªncia sobre a opiniĂ£o das pessoas.
Cerca de 80% dos participantes do levantamento compartilham essa percepĂ§Ă£o. Mas o percentual varia conforme a escolaridade: Ă© de 76% entre cidadĂ£os que tĂªm ensino fundamental e chega a 90% entre os que tĂªm escolaridade superior.
Quanto Ă frequĂªncia com que meios de comunicaĂ§Ă£o e redes sociais sĂ£o usados como fonte de informaĂ§Ă£o, 79% dos entrevistados responderam que sempre utilizam o WhatsApp, enquanto 50% indicaram que sempre recorrem Ă televisĂ£o e 49% sempre se informam pelo YouTube.
Quanto mais alta a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que respondem utilizar sempre televisĂ£o como fonte de informaĂ§Ă£o.
Por outro lado, para o Instagram e YouTube, o padrĂ£o Ă© inverso: quanto mais baixa a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que dizem usar sempre essas redes sociais como fonte de informaĂ§Ă£o, segundo o DataSenado.
Com relaĂ§Ă£o Ă s eleições, as redes sociais que tiveram maior impacto nas eleições foram o Facebook (31%), o WhatsApp (29%), o YouTube (26%), o Instagram (19%) e o Twitter (10%).
O pĂºblico jovem usa mais as redes sociais e tambĂ©m dĂ¡ mais valor a informações nesses meios para sua decisĂ£o de voto.
O percentual de entrevistados que responderam que decidiram algum voto com base em informações vistas em alguma rede social Ă© maior entre pessoas na faixa dos 16 a 29 anos; 51% dos entrevistados desse grupo responderam que levaram as redes sociais em consideraĂ§Ă£o na hora de escolher seu candidato.
O impacto das mĂdias sociais tambĂ©m Ă© maior entre eleitores que se consideram de direita, pessoas com escolaridade mais alta e pessoas com renda familiar mais alta.
Fake news
Apesar de mais gente usar as redes sociais para se informar, o brasileiro estĂ¡ atento ao problema das notĂcias falsas, as chamadas fake news, mas quase metade dos entrevistados (47%) considera ser difĂcil identificar a veracidade das informações recebidas.
Por outro lado, aproximadamente oito em cada dez entrevistados jĂ¡ identificou notĂcia falsa em rede social. E a maioria (82%) tambĂ©m diz verificar se uma notĂcia Ă© verdadeira antes de compartilhĂ¡-la.
Para quase trĂªs em cada quatro entrevistados (73%), o mais importante para considerar uma notĂcia confiĂ¡vel Ă© a fonte que a publicou. JĂ¡ 24% consideram que a pessoa que enviou a notĂcia Ă© que dĂ¡ credibilidade Ă informaĂ§Ă£o compartilhada.
Entre os entrevistados que afirmaram ter identificado uma notĂcia falsa, 58% relataram que isso prejudicou a confiança deles nas redes sociais. TrĂªs em cada quatro entrevistados (77%) acreditam que, nas redes sociais, notĂcias falsas tĂªm mais visibilidade do que notĂcias verdadeiras.
AlĂ©m disso, 62% dos entrevistados discordam que informações publicadas em redes sociais sĂ£o mais confiĂ¡veis do que informações publicadas na mĂdia tradicional como TV e jornal.
A maior parte dos brasileiros com acesso à internet (90%) acha que as redes sociais deixam as pessoas mais à vontade para expressar opiniões preconceituosas, de acordo com o levantamento.
A maioria dos entrevistados admite que conteĂºdos que estĂ£o de acordo com a prĂ³pria opiniĂ£o podem ser falsos (74%) e concordam que conteĂºdos que sĂ£o contrĂ¡rios a sua prĂ³pria opiniĂ£o podem ser verdadeiros (81%).
Quase a totalidade dos entrevistados (96%) acredita que quem compartilha conteĂºdo falso em redes sociais deve ser punido. A maioria (69%) tambĂ©m acredita que quem criou o conteĂºdo falso deve ser punido. AlĂ©m disso, para 68% dos entrevistados, a puniĂ§Ă£o deve abranger a rede social.
Nove em cada dez entrevistados (90%) acreditam que o governo deve fazer campanhas de conscientizaĂ§Ă£o sobre notĂcias falsas. TambĂ©m para nove em cada dez (91%), as redes sociais devem colocar avisos sobre o risco de compartilhamento de notĂcias falsas.
Privacidade
Para a maioria dos entrevistados (59%), devem ser pĂºblicas as regras usadas pelos sites de busca e redes sociais para escolher os conteĂºdos exibidos para os usuĂ¡rios, como anĂºncios, vĂdeos e notĂcias relacionadas. Mas as opiniões sĂ£o divididas quanto Ă s redes sociais priorizarem a exibiĂ§Ă£o de conteĂºdos pagos ou patrocinados: 52% afirmaram que essa prĂ¡tica incomoda, enquanto 46% consideram que nĂ£o Ă© um problema.
Metodologia
Foram entrevistados 2,4 mil cidadĂ£os que tĂªm acesso Ă internet, em todas as unidades da FederaĂ§Ă£o, por meio de ligações para telefones fixos e mĂ³veis, no perĂodo de 17 a 31 de outubro. A amostra Ă© estratificada, totalmente probabilĂstica, com alocaĂ§Ă£o proporcional Ă populaĂ§Ă£o, segundo o IBGE. A margem de erro Ă© de dois pontos percentuais, com nĂvel de confiança de 95%.
Algumas questões foram respondidas por grupos especĂficos da amostra. Para essas questões, a margem de erro Ă© superior a dois pontos percentuais.
Fonte: AgĂªncia Senado
Foto: Marcos Oliveira/AgĂªncia Senado