VÍDEO | “Tem que passar por cima do meu cadáver”, diz Wilson sobre fechar hospital

Implantação de 400 leitos no Hospital Nilton Lins para tratamento de pacientes com coronavírus foi suspensa por decisão judicial

Publicado em: 16/04/2020 às 15:31 | Atualizado em: 16/04/2020 às 16:47

O governador Wilson Lima (PSC) subiu o tom ao tratar da decisão judicial que suspendeu a implantação de 400 leitos no Hospital Nilton Lins para tratamento de pacientes com coronavírus.

O governador disse que o trabalho vai continuar e quem quiser fechar o hospital vai ter que enfrentá-lo e passar por cima do seu cadáver.

“Não muda nada o nosso trabalho aqui no Hospital Nilton Lins. E pra parar nossas atividades aqui, tem que passar por cima do meu cadáver. Nós não vamos parar e eu quero ver quem vem aqui enfrentar o governador pra parar o trabalho”, afirmou.

Wilson disse ainda que é “inadmissível uma decisão baseada em fake news.”

Confira o VÍDEO com a fala do governador.

 

O Hospital Nilton Lins foi alugado pelo governo do estado para servir como unidade de retaguarda para o Hospital Delphina Aziz, unidade referência no tratamento do coronavírus.

O custo é de R$ 866 mil por mês. O hospital tem capacidade para abrigar 400 leitos, clínicos e de UTI, e já possui, por exemplo, sistemas de gases instalados e funcionando.

Suspensão

Ontem, o juiz Cezar Luiz Bandiera, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu o contrato de aluguel da unidade.

O juiz concordou com ação popular, que sustenta ‘’elevado valor do contrato’’: R$ 2,6 milhões por três meses, ou R$ 866 mil por mês.

Ao aceitar a ação popular, assinada por Eduardo Humberto Deneriaz Bessa, o juiz Bandiera sustenta que o Estado deveria usar o valor do aluguel para abrir mais leitos no Hospital Delphina Aziz, unidade referência no combate ao coronavírus, que deveria investir na Beneficente Portuguesa ou nos hospitais particulares.

Mas a beneficente portuguesa demonstrou incapacidade técnica, conforme revela documento a que o BNC AMAZONAS teve acesso ontem.

 

Comparação

Mas, para efeito de comparação, o Governo do Rio de Janeiro anunciou na segunda-feira, 13, que a cidade carioca receberá dois novos hospitais de campanha, portanto com estruturas adaptadas para funcionar como hospital, ao custo de R$ 95 milhões.

As duas estruturas, juntas, terão 200 leitos, ou seja, metade da capacidade do Hospital Nilton Lins, cujo aluguel de toda sua estrutura é de R$ 866 mil por mês para o Estado instalar as UTIs e leitos clínicos.

 

Nilton Lins 

O governo do estado segue os trabalhos de implantação dos 400 leitos e espera receber os primeiros pacientes com coronavírus já neste fim de semana.