Por Iram Alfaia, de Brasília
O Vaticano confirmou nesta sexta-feira, dia 11, que o Papa Francisco terá encontro com a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia no dia 28 de outubro, um dia após o encerramento do Sínodo da Amazônia, que ocorre em Roma.
Os países da Pan Amazônia são Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname.
Nove estados brasileiros integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Ao BNC Amazonas, o governador Wilson Lima (PSC) antecipou que o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal está agendando outros encontros com autoridades da Alemanha e Noruega, os principais doadores do Fundo Amazônia, o maior programa na região de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
“Cogita-se a possibilidade de os governadores visitarem esses países para que a gente possa estreitar ainda mais essa relação. Ainda não temos dada definida, mas há possibilidade de fazer essas agendas”, revelou o governador na sua passagem esta semana pela capital federal.
Neste sábado (informação atualizada, às 8h, em 12/10/2019 ), a assessoria do governador informou que Wilson tem viagem marcada para o Vaticano, mas que não tem encontro marcado com Francisco.
Os governadores não querem apenas ficar na expectativa de que o governo de Jair Bolsonaro entre em entendimento com as autoridades da Alemanha e Noruega que suspenderam a doação para o fundo.
No caso do não restabelecimento, o Consórcio pretende fazer as negociações diretamente com os países, que já doaram ao programa R$ 3,4 bilhões, sendo 93,8% do governo da Noruega, 5,7% do governo da Alemanha e 0,5% da Petrobras.
Segundo Wilson Lima, a última informação que recebeu do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é que já havia um encaminhamento para o restabelecimento das relações.
“Naturalmente os estados não têm legitimidade para fazer esse papel diplomático. Daí a gente ressalta a necessidade de haver esse alinhamento do governo brasileiro com esses países para a gente avançar de forma mais segura nesse campo, mas nós entendemos que não há como abrir mão de recursos como o do Fundo Amazônia”, disse o governador.
Para ele, se não houver o entendimento anunciado pelo ministro, o Consórcio está preparado para firmar parcerias diretamente com os países.
Relações estremecidas
Apesar de dizer ao governador que os entendimentos estão encaminhados, o ministro Ricardo Salles deixou a Alemanha na semana passada, dia 2, com “as mãos no bolso” , expressão usada pela imprensa alemã.
Os países reprovaram as agressões do governo brasileiro e falta de iniciativa para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
“A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a oferecer de exemplo para nós. Pega a grana e ajuda a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha”, disse Bolsonaro na ocasião em que foi questionado sobre a decisão de suspensão da doação daqueles países para o Fundo Amazônia.
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