O setor de bicicletas do polo industrial da ZFM (Zona Franca de Manaus) fechou 2022 com resultado negativo de 20% na produção, divulgou a Abraciclo. O resultado vai na contramão dos fabricantes de motocicletas, que tiveram crescimento.
A Abraciclo é Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.
De acordo com seus dados, no ano passado foram fabricadas 599.044 bicicletas, contra 749.320 de 2021.
Conforme a entidade, o setor enfrentou muitas dificuldades em 2022. Por exemplo, de logística, compras e produção, com desabastecimento de peças e componentes.
Além disso, a pandemia de coronavírus (covid-19) contribuiu para o aumento da demanda por bicicletas para lazer, nos deslocamentos e na interação com a família, segundo a associação.
Nesse cenário negativo de 2022, contudo, uma bicicleta se destacou na produção: a elétrica. Foi a única, afirmou a Abraciclo. Aumentou 5,4%, com 10.847 unidades produzidas.
Hoje a bicicleta elétrica representa só 1,8% da produção na ZFM. Mas, a demanda nas grandes cidades, sobretudo, vem em ascensão, disse a entidade.
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Consumo e exportação
A região Sudeste segue sendo o maior destino da produção do polo industrial de Manaus. O consumo é acima de 60%, ou seja, mais de 366 mil bicicletas.
Em seguida vêm a Sul (104,6 mil ou 17,4%), Nordeste (58,5 mil e 9,8%), Centro-Oeste (38,8 mil e 6,5%) e Norte (30,9 mil e 5,2%).
Os paraguaios aparecem em 2022 como os principais compradores das bicicletas da ZFM. Foram exportadas 19.691 unidades, o que representou 66,8% do total exportado de quase 30 mil bicicletas.
Depois vêm Uruguai (4.657 bicicletas e 15,8%) e Bolívia (2.340 e 7,9%).
O resultado de 2022 é superior 3,8% que o do ano anterior, conforme a Abraciclo.
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Projeções nada otimistas
Se 2022 não foi bom para o setor, para este ano as previsões não são nada otimistas. De acordo com a Abraciclo, a produção de bicicletas na ZFM deve cair cerca de 5%.
Conforme a entidade, ainda haverá muitos desafios no setor a serem superados.
Ao avaliar o mercado, o vice-presidente do segmento de bicicletas acredita que uma série de promoções deverão ser realizadas no primeiro semestre para diminuir os estoques. “Tanto a indústria como os lojistas precisam melhorar a gestão e o fluxo do caixa”, afirma.
Foto: Divulgação/Abraciclo