Na reportagem “Letalidade da Covid-19 é semelhante à da pneumonia, calcula estudo”, publicada nesta Folha na terça-feira (20), noticiou-se artigo científico, que reúne 61 estudos.
Defendendo que a taxa de letalidade por infecção pelo coronavírus seria muito menor que a prevista anteriormente. Reunir dezenas de estudos não implica qualidade, muitas vezes o oposto.
Na epidemia, o tempo precede o espaço.
Assim, não se compara casos e mortes entre diferentes locais (países, estados, cidades) que se encontram em diferentes momentos da epidemia.
A “taxa de letalidade” (que não é sinônimo de “taxa de mortalidade”) apresentada é a razão das mortes pelo número de infectados, e não de casos, um indicador com muitas debilidades.
Uma formulação muito mais simples, direta e com menor variabilidade tem sido a de calcular o excesso de mortalidade durante a pandemia a partir dos dados de períodos equivalentes nos anos anteriores.
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Considerando que a diferença no número de mortes entre dois anos seguidos dificilmente ultrapassa 2%, porcentagens como 75% no Amazonas, em comparação a 15% no estado de São Paulo, expressam de forma muito mais clara o impacto da pandemia do que o ajuntamento de informações não comparáveis, como faz este artigo sobre taxa de letalidade.
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Foto: Divulgação/Semcom