Em dez anos, universidades federais perderam 73% de recursos do governo

Papel da pesquisa científica brasileira de instituições federais foi evidenciado durante a pandemia do novo coronavírus

Rios

Mariane Veiga

Publicado em: 23/08/2020 às 18:47 | Atualizado em: 23/08/2020 às 18:53

Diminuiu em 73%, nos últimos 10 anos, a verba repassada para universidades e institutos federais investirem em infraestrutura.

Da mesma forma, para comprarem equipamentos para laboratórios, trocarem computadores e reformarem salas de aula e bibliotecas.

Conforme levantamento do G1, a quantia em 2010 era de R$ 2,78 bilhões e caiu para bem menos da metade em 2019 (R$ 760 milhões). Os valores foram corrigidos pela inflação.

Com cada vez menos dinheiro, as universidades têm obras inacabadas, laboratórios defasados e dificuldades para ampliar a oferta de vagas.

Desse modo, as pesquisas científicas também sentem o baque: faltam condições para conduzir estudos de relevância para o país.

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, por exemplo, os prédios dos cursos de química e de farmácia não foram concluídos.

“São áreas que não só formariam profissionais como também produziriam medicamentos inovadores”, diz Antonio da Nóbrega, reitor da instituição.

Em Oriximiná, no Pará, a UFF gerencia uma maternidade-escola, entretanto, não consegue recursos para ampliar o atendimento.

Já em Nova Friburgo, no Rio, a clínica de fonoaudiologia da universidade funciona em uma casa alugada, fora do campus, segundo o reitor.

Diante desse cenário, portanto, a importância dos investimentos em instituições federais ficou mais evidente durante a pandemia do coronavírus.

A urgência de desenvolver novos medicamentos e de criar uma vacina mostra como o incentivo à ciência é essencial, dizem especialistas.

 

 

Foto: Reprodução/Agência Câmara