Espetáculo “Apoena” chega ao Rio com denúncia e ancestralidade indígena
Performance de Francis Baiardi denuncia violações contra povos originários e celebra a ancestralidade por meio da dança.
Adrissia Pinheiro
Publicado em: 04/06/2025 às 09:00 | Atualizado em: 04/06/2025 às 16:13
De 6 a 8 de junho, o Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, recebe o solo de dança “Apoena, aquele que vê longe”, da artista Francis Baiardi. A obra integra a programação do projeto Corpo Negro Indígena, no mezanino da unidade carioca.
Com quase dez anos de trajetória pelos palcos do país, o espetáculo propõe uma intensa reflexão sobre ancestralidade, expropriação e os direitos dos povos originários.
A apresentação tem duração de 40 minutos.
Corpo e denúncia no centro do palco
Francis Baiardi assina a concepção, a direção e também interpreta o solo. A performance cruza o passado e o presente para dar corpo a memórias silenciadas e violências históricas.
Ela é acompanhada pelos músicos Samantha Silva e Paulo Pereira, que executam a trilha sonora ao vivo. No palco, o corpo da artista torna-se instrumento de denúncia e resistência.
O espetáculo ecoa as violações sofridas por mulheres, crianças e comunidades indígenas inteiras. Mesmo garantidos pela Constituição de 1988, os direitos desses povos seguem sendo desrespeitados.
Leia mais
Empresária dança ao ar livre em Manaus para conter Alzheimer
Percurso e conexão
“Apoena” já percorreu palcos relevantes do circuito cultural brasileiro, como o Sesc Amazônia das Artes (2020) e o Centro Cultural São Paulo (2023). Também passou pela Mostra Mulheres em Cena e pelo Festival de Dança Arte Metropolitana.
Em 2024, a obra foi apresentada no projeto Conexão Travessia, em Rio Branco (AC), além de ter alcançado a aldeia Sahu-Apê, do povo sateré-mawé.
Ali, Baiardi realizou uma residência artística orientada pela tuxaua Bacu.
O solo passou por cidades como Cuiabá, Goiânia, São Paulo, Belo Horizonte, Simões Filho e Rio Branco, reunindo públicos diversos em torno da causa indígena.
Mais do que espetáculo, “Apoena” é um clamor pela preservação cultural e espiritual dos povos originários.
Ficha técnica
- • Concepção, direção e intérprete-criadora: Francis Baiardi;
- • Músicos: Paulo Pereira e Samantha Silva;
- • Cenografia: José Batista;
- • Criação de Luz: Dann Braz;
- • Orientação: Midian Saterá e Tuxaua Bacu;
- • Produção: Avá Produção Cultural / Thyene Viana;
- • Classificação: Livre.
Foto: divulgação