Grupo chefiado por Temer movimentou mais de R$ 1,8 bilhĂ£o

Publicado em: 21/03/2019 Ă s 19:38 | Atualizado em: 21/03/2019 Ă s 19:38

A soma dos valores de propinas recebidas ou prometidas ao suposto grupo criminoso chefiado pelo ex-presidente Michel Temer ultrapassa R$ 1,8 bilhĂ£o. AlĂ©m disso, os procuradores da RepĂºblica sustentam que os investigados monitoravam agentes da PolĂ­cia Federal. E o que afirma o MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) no Rio de Janeiro.

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa na sede da PolĂ­cia Federal (PF) no Rio, na tarde desta quinta-feira (21), dia em que foi deflagrada “OperaĂ§Ă£o DescontaminaĂ§Ă£o”, no Ă¢mbito da Lava Jato, que prendeu o ex-presidente e o ex-ministro Moreira Franco.

Na denĂºncia do MPF, hĂ¡ uma tabela (veja no G1) que associa o pagamento de propinas – prometidas ou desviadas – Ă s diferentes Ă¡reas de influĂªncia de que supostamente a organizaĂ§Ă£o criminosa tinha controle.

 

Habeas corpus

Os advogados do ex-presidente Michel Temer apresentaram no fim da tarde desta quinta (21) um pedido de habeas corpus Ă  Justiça do Rio de Janeiro para que o emedebista, preso de manhĂ£, seja solto o mais rĂ¡pido possĂ­vel.

De acordo com um dos advogados de Temer, Brian Alves Prado, a defesa demorou a ter acesso Ă s acusações que levaram seu cliente Ă  prisĂ£o, determinada pelo juiz Marcelo Bretas, que conduz a OperaĂ§Ă£o Lava Jato no Rio de Janeiro. O embasamento de Bretas foi a delaĂ§Ă£o premiada do empresĂ¡rio JosĂ© Antunes Sobrinho, dono da empreiteira Engevix, mas se baseiam tambĂ©m em vĂ¡rias outras investigações ligadas ao grupo do ex-presidente. As informações sĂ£o do Congresso em Foco.

 

Preservando provas

O juiz Marcelo Bretas justificou a prisĂ£o preventiva do ex-presidente Michel Temer com quatro figuras que constam do CĂ³digo de Processo Penal: para evitar a destruiĂ§Ă£o de provas, garantir a ordem pĂºblica, por conveniĂªncia da instruĂ§Ă£o do processo penal e garantir a aplicaĂ§Ă£o da lei.

Segundo a decisĂ£o, hĂ¡ “risco efetivo que os requeridos em liberdade possam criar Ă  garantia da ordem pĂºblica, da conveniĂªncia da instruĂ§Ă£o criminal e Ă  aplicaĂ§Ă£o de lei penal (artigo 312) do CĂ³digo de Processo Penal”.

Um dos principais indĂ­cios de destruiĂ§Ă£o de provas apontados pelo juiz foi encontrada na sede da Argeplan em SĂ£o Paulo, durante uma busca realizada pela OperaĂ§Ă£o Patmos em maio de 2017. As informações sĂ£o da Folhapress e publicadas  no PolĂ­tica ao Minuto.

 

MourĂ£o e a PrevidĂªncia

O presidente da RepĂºblica em exercĂ­cio, Hamilton MourĂ£o, afirmou na tarde desta quinta (21), que a prisĂ£o do ex-presidente Michel Temer nĂ£o deve atrapalhar votações importantes no Congresso Nacional, como a reforma da PrevidĂªncia, mas admitiu que o episĂ³dio gera “ruĂ­do” polĂ­tico.  “Eu acho que nĂ£o [atrapalha]. Tem ruĂ­do, vai ficar esse ruĂ­do, mas vamos aguardar, pode ser que daqui a pouco ele seja solto, vamos esperar o que pode acontecer”, disse. Para MourĂ£o, segundo a AgĂªncia Brasil, Temer pode ganhar, em breve, “um habeas corpus de um ministro qualquer”.

 

Empossados e desempossados

Os cinco deputados estaduais do Rio de Janeiro que foram presos durante a OperaĂ§Ă£o Furna da Onça tomaram posse de seus mandatos, segundo decisĂ£o unĂ¢nime tomada ontem (20) pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Apesar de empossados, os cinco nĂ£o poderĂ£o constituir gabinetes nem receber salĂ¡rios, e seus suplentes serĂ£o convocados dentro de 48 horas.

O Rio de Janeiro teve seis deputados estaduais eleitos presos antes da posse. A decisĂ£o de ontem afeta os cinco que foram presos na OperaĂ§Ă£o Furna da Onça, que investiga a relaĂ§Ă£o de deputados estaduais com corrupĂ§Ă£o e loteamento de cargos pĂºblicos: AndrĂ© CorrĂªa (DEM), Francisco Manoel de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz AntĂ´nio Martins (PDT), Marcos AbrahĂ£o (Avante) e Marcos VinĂ­cius de Vasconcelos Ferreira, o Neskau (PTB). As informações sĂ£o da AgĂªncia Brasil.

 

Pesquisa sem credibilidade

O presidente Jair Bolsonaro minimizou, durante viagem ao Chile, nesta quinta-feira, 21, a pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta-feira, 20, que apontou queda de 49% em janeiro para 34% em março no Ă­ndice de aprovaĂ§Ă£o de seu governo no Brasil. Ao desembarcar em Santiago para uma agenda de trĂªs dias, Bolsonaro declarou que levantamentos como esse nĂ£o tĂªm credibilidade.

“Eu nĂ£o estou preocupado com pesquisas porque tambĂ©m nĂ£o tĂªm credibilidade, assim como pesquisas eleitorais”, declarou, citando que institutos de pesquisa haviam apontado, em 2018, que ele perderia para qualquer candidato que enfrentasse no segundo turno. As informações sĂ£o do EstadĂ£o, publicadas no site PolĂ­tica ao Minuto.

 

Foto: ReproduĂ§Ă£o/MetrĂ³poles