O futuro da Suframa é tão incerto quanto o da ZFM
Neuton Correa
Publicado em: 23/11/2018 às 06:41 | Atualizado em: 23/11/2018 às 07:21
Neuton Corrêa, da Redação
O início do fim do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o conhecido MDIC, deixou um clima de incerteza quanto ao funcionamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e, consequentemente, quanto ao futuro do modelo “pai e mãe” dos amazonenses, a própria zona franca (ZFM).
Em Brasília, os técnicos da pasta não sabem o que acontecerá com a estrutura ministerial que está sendo desmontada e não sabem traçar também nenhum esboço de como ficará a autarquia a partir da criação pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) do superministério da Economia.
Perda de força
Se resistir às mudanças, a Suframa restará sem a cambaleante força política que perdeu nos últimos anos. No futuro governo, por exemplo, a autarquia perde o contato direto com o ministro e estará subordinada a uma secretaria. Ou seja, o que já não era bom, ficou pior.
Sem super
A propósito, já há demonstração de pouca importância dada à Suframa. Para se ter uma ideia, até agora ninguém fala no futuro superintendente do órgão, que antes era cobiçado pela classe política e que o governo usava para barganhar apoio político.
Dor de cabeça
Para completar o dia de tempo fechado para a ZFM, ontem a equipe econômica de Bolsonaro anunciou pressa para fazer a reforma tributária.
O problema para o Amazonas é que o trabalho será comandado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que defende a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), sigla que se transformou em uma assombração para o polo industrial de Manaus.
Razão da preocupação
O problema é que a criação do IVA põe fim ao Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI), PIS/Pasep e Cofins, que formam o cardápio que o governo oferece ao capital nacional e externo para se instalar no Amazonas.
Foto: BNC Amazonas