Plano de golpe de Bolsonaro tentou ligar Lula a facção criminosa
A revelação foi feita por testemunha em depoimento no STF

Publicado em: 14/07/2025 às 19:54 | Atualizado em: 14/07/2025 às 19:59
O ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça, Clebson Ferreira de Paula Vieira, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14) que recebeu ordens para produzir relatórios que relacionassem áreas dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) a municípios onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais de 75% dos votos no primeiro turno das eleições de 2022.
Segundo Clebson, as ordens partiram de Marília Ferreira de Alencar, então secretária de Segurança Pública da pasta, chefiada por Anderson Torres, aliado de Jair Bolsonaro (PL).
O objetivo era mapear possíveis correlações entre o apoio eleitoral a Lula e o controle do crime organizado.
O ex-servidor relatou que se sentia desconfortável com demandas de cunho político e chegou a compartilhar sua preocupação com a então esposa.
Ele afirmou ainda que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) utilizou parte dos dados para realizar bloqueios e operações de fiscalização em regiões onde Lula obteve ampla votação durante o segundo turno, em 30 de outubro de 2022.
O depoimento faz parte das oitivas das testemunhas nas ações penais que apuram a tentativa de golpe de Estado após as eleições.
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Foto: Ricardo Stuckert/Cleber Caetano/PR