61% dos eleitores apostam em uma alternativa da terceira via, diz pesquisa
O crescimento dos candidatos da terceira via está nos erros que petistas e bolsonaristas podem cometer até às eleições.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/12/2021 às 15:52 | Atualizado em: 03/12/2021 às 16:10
61,9% dos eleitores admitem que não votariam nem no petista e nem no atual presidente da República caso tenham outra opção. Com isso, apostam em alternativa da terceira via.
Conforme pesquisa Sensus/ISTOÉ, realizada entre os dias 24 e 28, de forma presencial, junto a dois mil eleitores, em 136 municípios de 24 estados.
De acordo com a publicação de ISTOÉ, um segundo turno entre Lula (42,6%) e Bolsonaro (24,2%) no pleito, com ampla vantagem para o ex-presidente.
Contudo, o crescimento dos candidatos da terceira via está nos erros que petistas e bolsonaristas podem cometer até as eleições.
Por exemplo, Bolsonaro pode perder votos por causa da crise econômica. Ou seja, 90% se declaram atingidos pela elevada inflação e 65% acham que o governo não conduz a política econômica de forma adequada.
Eles também levam em conta o radicalismo de Bolsonaro à direita.
Enquanto que Lula deve ser atingido pela defesa que faz das ditaduras, como Cuba e Nicarágua.
Assim como do seu envolvimento com a Lava Jato, de acordo com o cientista político Ricardo Guedes, presidente do Instituto Sensus, que coordenou a pesquisa exclusiva feita para a ISTOÉ.
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Lula presidente
Dessa maneira, com margem de erro de 2,2% para mais ou para menos, a pesquisa mostra que Lula (PT) seria eleito presidente caso as eleições fossem hoje.
Como resultado, os 42,6% dados a ele representam 50,8% dos votos válidos, o que poderia lhe garantir a vitória ainda no primeiro turno.
Bolsonaro (PL) ficou em segundo com 24,2% das intenções de votos, seguido à distância pelos candidatos da terceira via: Sergio Moro (Podemos) está com 7,5%, Ciro Gomes (PDT) com 5,3% e João Doria (PSDB), 1,8%.
O governador de São Paulo pode ter sido prejudicado pela confusão nas prévias tucanas, realizadas no período do levantamento de dados.
Outros candidatos da terceira via somaram apenas 2,8%: Simone Tebet (MDB) com 1,2%; Luiz Henrique Mandetta (DEM) com 1%; Rodrigo Pacheco (PSD) com 0,3%; Luiz Felipe D’Ávila (Novo) com 0,2%; e Alessandro Vieira (Cidadania) com 0,1%.
A pesquisa revela que em razão da radicalização do processo eleitoral, que já tomou conta do País de forma antecipada, os eleitores estão definindo os votos bem antes do normal.
Tanto que Lula e Bolsonaro receberam elevado porcentual de votos espontâneos (33,6% para o petista e 21,5% para capitão).
De qualquer forma, ainda há uma margem de 38% de votos indefinidos, que podem ir para um candidato da terceira via.
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Bolsonaro com maiores dificuldades
Bolsonaro é o candidato que enfrenta as maiores dificuldades, segundo a pesquisa. Ele registrou uma rejeição de 59,2%, com a qual jamais seria eleito.
E tropeça no baixo desempenho de sua administração: 50,5% dos eleitores fizeram uma avaliação negativa de seu governo, enquanto 23,5% a consideram positiva e outros 24,2%, apenas regular.
Só 8,2% classificam o governo como ótimo, enquanto 37,8% o consideram péssimo e 12,7%, ruim.
Diante disso, 63,6% dos eleitores consultados desaprovam seu desempenho e 30,2% aprovam.
Ele é pior avaliado no Nordeste (54,8%), entre as mulheres (55,6%), entre os jovens de 16 a 17 anos (59,5%) e entre as classes com rendas mais baixas.
Portanto, uma explicação para isso seria a crise econômica, como o desemprego, e a falta de políticas sociais mais efetivas.
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Foto: Divulgação/Agência brasil