Abin xeretou 30 mil pessoas por Bolsonaro e guardou tudo em Israel
O diretor-geral da PF disse que a situaĂ§Ă£o Ă© inaceitĂ¡vel e que se espera, com a investigaĂ§Ă£o, apontar os responsĂ¡veis

Publicado em: 04/01/2024 Ă s 18:41 | Atualizado em: 04/01/2024 Ă s 18:42
A AgĂªncia Brasileira de InteligĂªncia (Abin) monitorou ilegalmente 30 mil pessoas que seriam contrĂ¡rias ao governo durante a gestĂ£o do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse o diretor-geral da PolĂcia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista Ă GloboNews nesta quinta-feira.
Segundo Rodrigues, as investigações realizadas pela PF sobre o caso descobriram que dados monitorados estavam armazenados em Israel em uma nuvem — forma forma remota de armazenamento de dados. “A investigaĂ§Ă£o tem apurado que de fato houve o monitoramento de muitas pessoas, estima-se em 30 mil pessoas, clandestinamente, ou seja, de maneira ilegal”, afirmou.
“Fizemos jĂ¡ prisões, buscas e apreensões e hĂ¡ anĂ¡lise de todo esse material sendo feito, inclusive, recuperamos dados de nuvem, e aqui veja a gravidade, esses dados de monitoramento dos cidadĂ£os brasileiros estavam sendo armazenados em nuvens em Israel, porque a empresa responsĂ¡vel por essa ferramenta ela Ă© israelense”, reforçou.
O diretor-geral disse que a situaĂ§Ă£o Ă© inaceitĂ¡vel e que se espera, com a investigaĂ§Ă£o, apontar os responsĂ¡veis pelos monitoramentos para responderem perante a Justiça.
Rodrigues se refere Ă operaĂ§Ă£o deflagrada em outubro passado pela PF que apura um suposto uso ilegal de um software de geolocalizaĂ§Ă£o pela Abin durante o governo Bolsonaro, em que culminou com a prisĂ£o preventiva de dois servidores e 25 ações de busca e apreensĂ£o. Na ocasiĂ£o, por determinaĂ§Ă£o do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram afastados dos seus cargos cinco servidores da agĂªncia.
O diretor-geral da PF considerou que o uso indevido dessa ferramenta de monitoramento de pessoas Ă© de “extrema gravidade”. “Estamos aqui falando de fragilidade do sistema de comunicaĂ§Ă£o do paĂs a partir do uso ilegal de uma ferramenta que, em nenhuma hipĂ³tese, poderia estar sendo usado por uma agĂªncia que nĂ£o tem atribuiĂ§Ă£o legal”, afirmou.
“Monitoramento de comunicações ou de telefone sĂ³ pode ser feito em investigaĂ§Ă£o criminal e autorizada pela autoridade judiciĂ¡ria, o que nĂ£o foi o caso”, acrescentou.
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Foto: Valter Campanato/AgĂªncia Brasil