Advogado de Lula depõe a Moro sobre intermediação de propinas

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 19/09/2017 às 15:25 | Atualizado em: 19/09/2017 às 15:25

O advogado Roberto Teixeira, que é réu em um processo da Operação Lava Jato que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro, na manhã desta terça-feira (19).

A audiência, realizada por videoconferência com São Paulo, durou aproximadamente uma hora e meia.

A ação penal acusa Teixeira de ter ajudado a intermediar um pagamento de propina da Odebrecht ao ex-presidente Lula.

Inicialmente, Teixeira seria ouvido no mesmo dia em que Lula prestou depoimento a Sérgio Moro, no mesmo processo.

No entanto, o advogado foi internado no dia 5 de setembro, vítima de insuficiência cardíaca.

A defesa dele protocolou um pedido ao juiz para que remarcasse a oitiva.

Depois do depoimento de Teixeira, o processo chegará à fase final.

O MPF e as defesas poderão pedir as últimas diligências.

Caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações finais.

Em seguida, os autos voltam para Moro, que vai definir a sentença, podendo condenar ou absolver os réus.

Não há prazo para que a sentença seja publicada.

 

A denúncia

Segundo a denúncia, a Odebrecht comprou um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.

A empreiteira também teria comprado um apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo.

O imóvel é alugado desde 2002 e abriga, principalmente, os seguranças que fazem a escolta de Lula.

De acordo com o MPF, os dois imóveis fazem parte de um total de R$ 75 milhões em propinas que foram pagas pela Odebrecht a funcionários da Petrobrás e políticos, após a empresa firmar oito contratos com a estatal.

De acordo com a denúncia, a parte de Lula foi repassada com a intermediação do ex-ministro Antônio Palocci e do assessor dele, Branislav Kontic.

O imóvel que seria para o Instituto Lula fica em São Paulo, na Rua Haberbeck Brandão.

O MPF afirma que o terreno foi comprado pela Odebrecht, usando o nome de outra empreiteira, a DAG.

Apesar das negociações terem sido feitas e a DAG ter adquirido o imóvel, nada foi construído no local.

Fonte: G1

 

Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo/Arquivo