A pandemia do novo coronavírus se alastra pelo globo terrestre e já atingiu 175 país. Conforme dados atualizados pela OMS, nesta quinta-feira-feira, dia 26, já são mais 510 mil casos confirmados ao redor do globo terrestre. Além disso, cerca de 22 mil pessoas foram a óbito. Mas 117 mil estão recuperados.
Dos quatro continentes, a Europa é o mais afetado com mais de 240 mil casos, com 13.824 mortes. E no meio desse caos, três mulheres amazonenses concederam entrevista exclusiva ao BNC, e relataram a rotina no velho continente. Estas são Ione Marisa Fragata Wolf, Karina do Santos Chetaneau e Mariza Gabriela Lemos.
Na Alemanha
Filha de parintinenses, a fisioterapeuta, Ione Marisa Fragata Wolf, de 33 anos, é casada com o alemão Thomas Wolf, e vive a um ano na cidade de Bayern(Bavária), em solo germânico. Ela explicou como tem sido viver no país, que atualmente é um dos mais afetados na Europa, com 39. 502 casos confirmados. Mas tem baixo índice de mortalidade com apenas 222, devido medidas de restrições rigorosas.
“Bem quando começou os casos, a primeira coisa que foi fechada foi os ‘Kindergarten’ que é o lugar onde as crianças ficam quando os pais trabalham. Seria como a creche no Brasil. Como cada dia ia aumentado, universidades e outras escolas também foram fechadas, incluindo também teatros, lojas e cassinos”, disse.
“O fato curioso da Alemanha é que tem muitos infectados, porém o número de óbitos não e tão grande quanto a Itália França e Espanha. Porque todos estão respeitando o isolamento e os estabelecimentos abertos obedecem a regra da organização mundial da saúde”, completou.
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Avanço da pandemia no país
Durante o período de avanço do coronavírus no país, a parintinense disse que devido a estação de primavera levava muitas pessoas aos parques. Dessa forma causando aglomerações. Mas o governo passou a tomar medidas como toque de recolher. Sobretudo multa de 200 euros para quem não cumprisse.
De acordo com Ione, o surto foi algo inesperado, e algumas ações foram tomadas dentro de casa.
“Em casa na porta de entrada temos o álcool em gel. Aqui o povo respeita o que o governo fala. A cidade está morta, parece que não mora ninguém, mas todos estão em suas casas.”, relatou.
Conforme Ione Marisa, em Parintins, ela tem duas pessoas da família em situação de risco. Estas são a mãe Maria do Perpétuo Socorro Fragata, de 78 anos, e o irmão, Tarcísio Fragata, que é cardiopata.
“Fiquei desesperada porque em casa temos duas pessoas do grupo de risco. A mamãe por ser idosa, o Tarcísio por ser cardiaco. Eu entrei em contato, avisei pra eles fazerem uma compra grande pra não saírem de casa. E também fazer a higienização das mãos, separar os copos talheres”, expressou.
Na Suíça
Natural de Urucará, a tecnóloga em petróleo e gás, Karina dos Santos Chetaneau, tem 26 anos, é casada com o francês, Xavier Chetaneau, de 28 anos. Atualmente, ela vive na Yverdon, Suíça, a quatro anos. De acordo com dados da OMS, o país tem 11.125 diagnósticos confirmados, com 165 mortos da doença.
Com rotina modificada no país europeu, Karina disse como tem sido o período de quarentena.
“Pra fazer compras no supermercado tem todo um processo de desinfecção que precisamos respeitar. A gente passa horas na fila pra entrar. Quem sempre vai é meu marido”, relatou.
Ela também contou sobre algumas outras medidas impostas no país.
“Diminuíram também pra cinco o número de pessoas juntas e respeitando uma distância de 2 m entre elas. Minha única família na Suíça é minha tia com o marido e seus 3 filhos. Eles sozinhos já são 5. Então não nos vemos mais. E já tem mais de uma semana”, explicou.
Embora seja um país territorialmente pequeno, as medidas tem sido rígidas, com patrulhamento 24 horas da polícia. Além disso, é aplicado multa de 100 francos suíços para quem não cumprir a regra.
Casamento adiado
De acordo com Karina, devido o surto do coronavírus, ela decidiu adiar o casamento que seria realizado em julho. Este seria na sua cidade natal, em Urucará.
“Adiei meu casamento que seria em julho justamente por eles e pra proteger todas as pessoas que eu amo. Faço minha parte, prefiro prevenir. Eu torço pra que tudo fique bem e se normalize o mais rápido possível”, relatou.
Em Portugal
Vivendo a seis meses na cidade do Porto, no país lusitano, Mariza Gabriela Lemos, de 25 anos, é estudante de mestrado de economia e gestão da economia na Universidade do Porto. Ela é natural de Manaus. A amazonense contou como tem sido o desafio de se esconder do novo coronavírus. Atualmente Portugal tem 3.544 infectados, e 60 vítimas fatais.
“Antes mesmo de se declarar o estado de emergência, as maiores faculdades de Portugal, como Coimbra, Lisboa e a do Porto suspenderam as aulas. A faculdade iniciou um plano de contingência nas últimas semanas. Então as aulas acontecem online. Aqui as pessoas estão todas dentro de casa. Todos os que eu conheço estão trabalhando home office”, relatou.
“A vida aqui é realmente todo mundo dentro de casa, ninguém está saindo pra nada. Tem policiamento na rua observando, pras pessoas não ficarem na rua. Não pode andar com mais de uma pessoa juntas. Se for pra fazer algum exercício físico, não pode ficar muito tempo também. Então aqui a situação é que só sai pro essencial”, completou Mariza.
Informes no instagram
Com rotina diária dentro de casa, Mariza, tem feito um jornal chamado ‘Rapariga News’(o termo rapariga é comum em Portugal). Ele explicou como tem sido feito.
“Toda quarta e domingo, e uma amiga que mora comigo, a gente informa como está a situação do coronavírus aqui, e também no Brasil. Porque o pessoal daqui quer saber como está a situação lá”, explicou.
Foto: BNC Amazonas
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